Fatores associados ao comportamento sedentário entre os usuários da estratégia saúde da família com diabetes mellitus tipo 2 e/ou hipertensão arterial sistêmica em Pernambuco

Abstract

O comportamento sedentário (CS) vem sendo evidenciado como um fator de risco associado à prevalência, complicações e mortalidade por diabetes mellitus (DM) e hipertensão arterial sistêmica (HAS). O objetivo desse estudo foi analisar os fatores associados ao CS entre os usuários da Estratégia Saúde da Família (ESF) com DM tipo 2 e/ou HAS nos quatro polos macrorregionais de saúde do estado de Pernambuco. Realizou-se um estudo transversal com uma amostra de 391 diabéticos e/ou hipertensos cadastrados na ESF, com 20 anos ou mais de idade. Foram coletadas informações dos usuários referentes aos fatores demográficos, socioeconômicos, comportamentais e clínicos, além de dados relativos ao CS a partir da versão longa do International Physical Activity Questionnaire (IPAQ), considerando o tempo sentado total durante um dia de semana e um dia de final de semana. Utilizou-se o SPSS versão 19 para a realização das análises, considerando como variável desfecho o tempo sentado > 6 horas. Para verificar as associações entre as variáveis independentes e o desfecho foi realizada a regressão Logística Binária. Para entrada nas análises ajustadas considerou-se as variáveis com p valor < 25% da análise univariada e < 10% para o modelo final. A prevalência de CS > 6 horas foi de 21,9% e 23,9% em dias de semana e final de semana, respectivamente. Os fatores associados ao CS > 6 horas após ajuste foram: Semana – residir no interior (p=0,001), homens (p=0,008), idade > 75 anos (p=0,005); renda < um salário mínimo (p=0,044) e que não trabalhavam (p=0,029); final de semana: residir no interior (p=0,000), homens (p=0,000) e idade > 75 anos (p=0,002). O CS é uma questão relevante nos dias atuais e ressalta-se a importância de uma atenção à saúde mais ampliada aos usuários com doenças crônicas, com políticas públicas que considerem a redução desse comportamento. Sendo assim, outros estudos são necessários para melhor compreensão do impacto do CS na saúde de usuários com DM e HAS no Brasil.