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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/3567
NÃO VACINAÇÃO: A FALA DAS MÃES, UM ESTUDO DE CASO NUMA COMUNIDADE DE BAIXA RENDA DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO
Bercini, Marilina A. | Date Issued:
1992
Author
Advisor
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Fernandes Figueira. Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança. Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Abstract in Portuguese
O estudo do fenômeno da não vacinação em locais onde os serviços de saúde e as vacinas encontram-se disponíveis e de relevância para as atuais prioridades do programa de atenção a saúde da criança em nosso país. O presente trabalho, em forma de estudo de caso, procurou estudar a questão do ponto de vista do "usuário", ou seja, das mães, especificamente daquelas pertencentes as camadas de baixa renda. A abordagem qualitativa foi a escolhida, tendo sido utilizados alguns de seus instrumentos: entrevistas semi-estruturadas, grupo focal e observação participante. As entrevistas desenvolveram-se com dois grupos de mães, moradoras da favela de Manguinhos, município do Rio de Janeiro, sendo que um dos grupos era constituído de mães cujos filhos de 1 a 5 anos haviam completado o esquema vacinal básico até os 12 meses de vida e no outro tal situação não ocorria. Não foram observadas maiores diferenças entre os dois grupos quanto a alguns aspectos relacionados com a cultura médica das mães, isto é, no que se referiu as suas representações sobre doenças infantis, sobre a noção de prevenção e sobre vacinas. Constatou-se a presença marcante da medicina popular em ambos os grupos. Foram as condições materiais de vida que explicaram a diferente participação das mães nos programas de vacinação. Verificou-se uma relativa estratificação sócio-econômica dentro de um contexto geral de baixa renda, e as famílias que se apresentavam em situação de maior marginalidade, enfrentaram maiores dificuldades para vacinar os filhos. Colaboraram, ainda, alguns fatores como imaturidade materna, medo dos efeitos colaterais das vacinas ou falsas contra-indicações. Discute-se, no final, o papel dos serviços de saúde frente a esta situação. A vacinação de rotina que propicia o momento educativo, e o uso complementar das campanhas de vacinação parecem ser o caminho para que ocorra a participação efetiva de toda população.
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