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ThesisCopyright
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Sustainable Development Goals
03 Saúde e Bem-EstarCollections
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TERCEIRO SETOR E PARCERIAS NA SAÚDE: AS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS COMO POSSIBILIDADES E LIMITES NA GERÊNCIA DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
Gestão em Saúde
Organizações Sociais
Contratos
Estratégia Saúde da Família
Health Management
Social Organizations
Contracts
Family Health Strategy
Silva, Vanessa Costa e | Date Issued:
2014
Alternative title
And third sector partnerships in health: Social Organizations as possibilities and limitations in the management of the Family Health StrategyAuthor
Advisor
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
A reforma administrativa de cunho gerencialista que ocorreu no Brasil na década de 1990
instituiu o modelo de Organizações Sociais (OS) para a gestão das atividades pertencentes
ao “espaço público não estatal”, onde foi incluída a prestação de serviços de saúde no
âmbito do SUS. Esse modelo foi concebido como uma alternativa à constante baixa
capacidade de desempenho da gestão pública, e cuja principal causa seria o excessivo
controle dos procedimentos e a reduzida autonomia técnico-administrativa, próprios do
modelo burocrático e das normas que regem a administração direta. A partir de 2009, a
Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS) repassou a gerência da Estratégia
Saúde da Família (ESF) para Organizações Sociais de Saúde, mediante contratos de
gestão que discriminam objetivos e metas a serem alcançados na prestação de serviços.
Analisou-se tal experiência à luz do sistema de governança adotado pelo município e de
aspectos do desempenho da Estratégia Saúde da Família com o objetivo de identificar
limites e possibilidades desse modelo como alternativa organizacional no SUS. Realizouse o estudo de caso por meio de entrevistas com informantes-chave, análise documental
e de indicadores do Sistema de Informação da Atenção Básica. Elaborou-se um plano de
análise do sistema de governança, a partir da contribuiçäo de autores que desenvolveram
estudos críticos sobre as teorias subjacentes ao modelo de OS. Houve expansão do acesso
à atenção primária por meio do aumento da cobertura potencial da ESF que passou de
7,2% da população, em 2008, para 39,4% em 2013, mas a análise dos indicadores e a
percepção dos entrevistados sugerem uma tendência de que as práticas ainda
necessitariam serem aperfeiçoadas. Os resultados indicaram que a contratualização foi
instituída sem levar em conta aspectos importantes da lógica contratual como a
negociação e a responsabilização com autonomia dos prestadores; a avaliação e o controle
têm como foco os processos e não os resultados e não houve incremento da transparência
e do controle social. A SMS considera as OS como uma ferramenta administrativa para
agilizar a aquisição de bens e serviços e a provisão de profissionais de saúde, e estabelece
uma relação com essas entidades mais próxima da subordinação e mais afastada da
parceria e da cooperação, o que limitaria o desenvolvimento de inovações gerenciais que
poderiam ser introduzidas pela adoção da lógica contratual e da institucionalização da
avaliação de resultados. O estudo sugere que o modelo de OS ainda é frágil como
alternativa organizacional no SUS, porque o Estado não possui a capacidade regulatória
necessária, o que inclui debilidades nas tecnologias de monitoramento das atividades
prestadas e dificultam a avaliação do desempenho dos serviços. A capacidade regulatória
impediria que as organizações executoras dos serviços transferissem - em nome da
racionalidade do custo/efetividade - a racionalidade própria do mercado para os serviços
públicos de saúde. A gestão dos serviços de saúde é uma prática complexa em função da
amplitude do campo e da necessidade de conciliar interesses individuais, corporativos e
coletivos nem sempre convergentes. O desafio seria aprender com as diversas
experiências e identificar oportunidades que ampliem a capacidade dos governos de
implementação das políticas públicas como estratégia de promoção da justiça social.
Abstract
The administrative reform of managerial nature that occurred in Brazil in the 90s
established the model of Social Organizations (SO) for the management of the activities
belonging to the “non-state public space”, where the provision of health services was
included in the Unified Health System (UHS). This model was designed as an alternative
to the constant poor performance of public administration, and the main cause would be
the excessive procedures control and the reduced technical and administrative autonomy,
part of the bureaucratic model and the rules governing the direct administration. From
2009, the Municipal Health Secretariat of Rio de Janeiro (MHS) transferred the
management of the Family Health Strategy (FHS) to Social Health Care Organizations
through management contracts that discriminate objectives and targets to be achieved in
the service. This experience was analyzed in the light of the governance system adopted
by the municipality and performance aspects of the Family Health Strategy in order to
identify the limits and possibilities of this model as an organizational alternative in UHS.
A case study was conducted through interviews with key informants, documental analysis
and indicators of the Information System of Primary Care. An analysis plan of the
governance system was developed, based on contributions from authors who have
developed critical studies on the underlying SO model theories. There was expansion of
access to primary care by increasing the potential coverage of FHS which went from 7.2%
of the population in 2008 to 39.4 % in 2013, but the analysis of the indicators and the
perception of the interviewers suggest the practices would still need to be improved. The
results indicated that contracting was established without taking into account important
aspects of contractual logic as negotiating and providers responsibility autonomy; the
evaluation and control have the processes as focus rather than outcomes and there was no
increase of transparency and social control. MHS sees SO as an administrative tool to
accelerate the procurement of goods and services and the provision of health care
professionals, and establishes a relationship with these entities that is closer to
subordination than to partnership and cooperation. This would limit the managerial
innovations development that could be introduced by the adoption of contractual logic
and institutionalization of results evaluation. The study suggests that SO model is still
fragile as an organizational alternative to SUS, because the state lacks the necessary
regulatory capacity, including weaknesses in technologies for monitoring activities, and
difficult the services performance evaluation. The regulatory capacity would prevent the
organizations executing the services to transfer - in the name of cost/effectiveness
rationality - the market rationality to the public health services. The management of health
services is a complex practice due to the breadth of the field and the need to reconcile
individual, corporate and collective interests that do not always converge. The challenge
would be to learn from many experiences and identify opportunities to enhance the
capacity of governments to implement public policies as a strategy to promote social
justice.
Keywords in Portuguese
Modernização do Setor PúblicoGestão em Saúde
Organizações Sociais
Contratos
Estratégia Saúde da Família
Keywords
Public Sector ModernizationHealth Management
Social Organizations
Contracts
Family Health Strategy
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