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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/3664
AVALIAÇÃO DA REPERCUSSÃO DA ASSISTÊNCIA À HANSENÍASE NA VIDA DAS MULHERES ACOMETIDAS
Ianelli, Andrea Machado | Date Issued:
2000
Author
Advisor
Co-advisor
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Fernandes Figueira. Departamento de Ensino. Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e da Mulher. Rio de Janeiro, RJ
Abstract in Portuguese
Investigou-se a repercusso da assistência à hanseníase na vida das mulheres atingidas, utilizando métodos quantitativos e qualitativos. Foram realizadas 61 entrevistas semi-estruturadas com mulheres acometidas pela hanseníase em oito unidades públicas de saúde da região metropolitana do Rio de Janeiro, visando entender o impacto da doença e da assistência na vida pessoal, familiar, sexual, social e profissional. A metade das mulheres demonstravam muita atenção ao próprio corpo, uma vez que, ao notarem a presença de apenas uma mancha com perda de sensibilidade, foram ao encontro de cuidados médicos. Já outras buscaram atendimento apenas quando pareciam aumentar ou persistir. A reação de cada usuária parece depender da forma como os profissionais de saúde conduzem o diagnóstico e encaram a endemia. Diversos tipos de dificuldades de acesso foram relatados. Experiências desagradáveis submeteram à perícia médica. Inclusive perda de uma gravidez que ela atribui ao comportamento do médico perito. A investigação de contatos domiciliares foi incompleto em 56 por cento, 41 por cento disseram que se privaram de passear, namorar, estudar, ou até de ter contato com seus parentes por medo de transmissão. No relacionamento com o marido, a maioria tiveram apoio, mas 7 por cento viveram experiências angustiantes na relação conjugal em decorrência da enfermidade, chegando a se separar, muitos devido ao temor infundado de transmissão da doença, falta de orientação, ou baixa auto-estima. No que tange a vida profissional, 22 (39 por cento) das mulheres, vivenciaram mudanças e 4 tiveram que aposentar por invalidez. Com relação a contra-indicação do uso da rifampicina com a pílula anticoncepcional, 36 por cento das mulheres férteis não receberam nenhuma orientação e três mulheres usavam pílula em tratamento com rifampicina. Quanto ao uso da talidomida, 13 mulheres usaram incluindo 7 delas com risco potencial de engravidar. Nenhuma das mulheres recebeu rigoroso tratamento anticonceptivo e uma engravidou. Conclui-se que o processo de assistência precisa ser aprimorada no que refere ao acesso ao diagnóstico inicial, ao seguimento e orientação de contatos e familiares, à orientação sobre a não transmissibilidade da doença após início do tratamento, a orientação sobre como tratar o assunto, ao não uso da talidomida em mulheres com risco de engravidar, a orientação sobre gravidez e anticoncepção.
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