Please use this identifier to cite or link to this item:
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/37359
CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA DAS ALTERAÇÕES DOS LINFONODOS ASSOCIADAS ÀS FORMAS GRAVES DA LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA
Silva, Yuri de Jesus | Date Issued:
2019
Author
Co-advisor
Comittee Member
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Gonçalo Moniz. Salvador, BA, Brasil.
Abstract in Portuguese
Leishmaniose visceral canina (LVC) é uma doença sistêmica e manifesta-se por sinais clínicos inespecíficos, tal como esplenomegalia. O baço na LVC pode apresentar um processo inflamatório crônico e elevada densidade de parasitos, que comprometem principalmente os compartimentos do tecido linfoide, levando a sua desorganização. Cães naturalmente infectados podem apresentar linfadenomegalia com cordões medulares distendidos e infiltrado plasmocítico. Neste estudo examinaremos as alterações morfológicas dos linfonodos de cães naturalmente infectados com Leishmania infantum e correlacionaremos essas alterações com o grau de desestruturação esplênica associada à enfermidade. OBJETIVO: Avaliar as características morfológicas e resposta imune tecidual em linfonodos poplíteos e suas associações com gravidade da leishmaniose visceral canina. METODOLOGIA: Linfonodos poplíteos de cães de uma área endêmica para LVC foram agrupadas de acordo com tipo de infecção (infecção ativa: cultura positiva/sorologia positiva para Leishmania e infecção não ativa cultura negativa/ sorologia negativa para Leishmania), e de acordo com o grau de organização da polpa branca esplênica: baço organizado (TIPO 1) e baço desorganizado (TIPO 3). Para o grupo controle, foram incluídos cinco linfonodos poplíteos de cães não portadores de LVC que evoluíram a óbito em um hospital veterinário de Salvador. Secções de linfonodos coradas em H&E foram avaliadas quanto ao constituinte celular, intensidade e distribuição das populações leucocitárias nas regiões da cápsula, seios e cordões medulares; foram realizadas mensurações na cápsula, seio subcapsular, centros germinativos e diâmetros dos cinco maiores folículos linfoides de cada animal. Secções de linfonodos foram marcadas através de imunohistoquímica com anticorpos anti-CD79α (linfócitos B), anti-S100 (célula dendrítica), anti-CD68 (macrofágos), anti-IgG e anti-IgA (plasmócitos). Foram estimadas as densidades de todas as populações celulares por morfometria. RESULTADOS: Linfonodos de cães com infecção ativa, não ativa e grupo controle apresentaram um infiltrado crônico predominante em cápsula, seios e cordões medulares, variando somente quanto a sua intensidade e distribuição, não havendo diferenças estatísticas significativas. As alterações histopatológicas encontradas na cápsula, seios e cordões medulares dos linfonodos associadas com a desorganização da polpa branca esplênica não revelou diferenças estatísticas significativas. Linfonodos de cães com infecção ativa (p<0,05) e não ativa (p<0,01) apresentaram espessamento do seio subcapsular em relação ao grupo controle. Linfonodos de cães com infecção ativa apresentaram maiores áreas de folículos linfoides secundários (p<0,01), maiores centros germinativos (p<0,01), e maior diâmetro médio (p<0,05) quando comparados aos linfonodos de cães com infecção não ativa. Linfonodos de cães com infecção ativa e com baço tipo 1 apresentaram maior densidade de macrófagos na zona paracortical (p<0,01), maior densidade de células B na zona cortical (p<0,001) e paracortical (p<0,001) em comparação aos linfonodos de cães com baço tipo 3. Linfonodos de cães com baço TIPO 3 apresentaram maior densidade de células dendríticas (p<0,05) na zona cortical quando comparados aos linfonodos de cães com baço TIPO 1. Linfonodos de cães com infecção não ativa apresentaram maiores densidades de todos os marcadores em relação ao grupo controle. CONCLUSÃO: Os dados demonstram significativa desorganização estrutural em linfonodos poplíteos de cães acometidos por LVC, contudo essas alterações não estão associadas a desorganização do tecido esplênico em casos mais graves da doença.
Abstract
Canine visceral leishmaniasis (CVL) is a systemic disease and it manifests itself by non-specific clinical signs, such as splenomegaly. In the CVL, the spleen structure can present chronical inflammatory infiltration and high parasite load, which mainly compromise the splenic lymphoid tissue compartments, leading to disorganization. Naturally infected dogs can present lymphadenomegaly as consequence of distended spinal cords and plasmacytic infiltrate. In this study we will examine the morphological alterations of the lymph nodes of naturally infected dogs with Leishmania infantum and correlate these changes with the degree of splenic disruption associated with the disease. OBJECTIVE: To characterize the morphological changes and tissue immune response of the lymph nodes associated with severe forms of CVL. METHODOLOGY: Popliteal lymph nodes of dogs from a CVL endemic area were grouped according to the infection type (active infection: positive culture/positive serology for Leishmania and non-active infection: negative culture/negative serology for Leishmania), and according to the splenic white pulp’s disorganization degree: organized spleen (TYPE 1) and disorganized spleen (TYPE3). For the control group, five popliteal lymph nodes of dogs that died in a veterinary hospital in Salvador were included. Lymph node sections colored with H&E were evaluated for the infiltrate’s cellular constituent, its intensity and distribution in the regions of the capsule, sinuses and medullary cords. Measurements in the capsule, subcapsular sinus, germinal centers and the diameter of the five biggest lymphoid follicles of each animal were performed. The lymph nodes’ sections were marked through immunohistochemistry with anti-CD79α (B-lymphocytes), anti-CD68 (macrophages), anti-IgG and anti-IgA (plasmocytes) antibodies. The densities of all cellular populations were estimated by morphometry. RESULTS: The lymph nodes of dogs of the control group and with active and non-active infection presented a predominant chronical infiltrate in the capsule and medullar cords and sinus, not having significant statistical significance. The histopathological changes found in the lymph node capsule, sinuses, and medullary cords associated with splenic white pulp disorganization revealed no statistically significant differences. Lymph nodes of dogs with active infection (p<0.05) and non-active (p<0.01) presented higher dilation of the subscapular sinus in relation to the control group. Lymph nodes of dogs with active infection presented higher areas of secondary lymphoid follicle (p<0.01), higher germinal centers (p<0.01), and higher mean diameter (p<0.05) in comparison with lymph nodes of dogs with non-active infection. Lymph nodes of dogs with active infection and type 1 spleen presented higher macrophage density in the paracortical zone (p<0.01), higher B-lymphocyte cell density in the cortical (p<0.001) and paracortical (p<0.001) zones in comparison with the lymph nodes of dogs with type 3 spleen. Lymph nodes of dogs with type 3 spleen presented higher dendritic cell density (p<0.05) in the cortical zone when compared with lymph nodes of dogs with type 1 spleen. Lymph nodes of dogs with non-active infection presented higher densities of all markers in relation to the control group. CONCLUSION: Our data demonstrate a significant structural disorganization in the lymph nodes of dogs afflicted with CVL, though these changes are not associated to the disorganization of the splenic tissue in severe cases of the disease.
Share