A PEP (profilaxia pós-exposição ao HIV) no Jornal O Globo

Abstract

A PEP é uma forma de prevenção emergencial para pessoas que possam ter entrado em contato com o HIV. De 1998 a 2010, ela foi oferecida no SUS apenas a vítimas de violência sexual e profissionais da saúde que se acidentavam com material contaminado. A partir de outubro de 2010, ampliou-se a oferta para pessoas que compartilharam seringas ou que mantiveram relações sexuais consideradas de risco. Visamos analisar como a PEP foi noticiada no jornal O Globo desde sua implementação no SUS até 31/12/2017. Trazemos resultados inéditos e preliminares de tese de doutorado, em andamento. A busca pelas matérias foi feita no acervo digital do jornal O Globo em 28/01/2018, com estas palavras-chave e nos respectivos campos: "aids profilaxia pós-exposição" em "todas estas palavras”; "profilaxia pós-exposição" em "expressão ou frase exata" e "todas estas palavras", “Aids PEP” em “todas estas palavras” e "PEP sexual" em "expressão ou frase exata". Encontramos apenas 6 conteúdos jornalísticos citando PEP: 1 publicado em 2001, outro só em 2011, 3 em 2015 e 1 em 2017. Dos 6 conteúdos jornalísticos sobre PEP identificados, 5 são de caráter informativo e 1 é artigo de opinião. Só 2 matérias tiveram chamada na capa – mesmo assim, esta não mencionava a PEP, e sim camisinha ou PrEP. Todas as matérias informativas foram publicadas em editorias relacionadas a divulgação científica e saúde: a primeira em “O Mundo/ Ciência e vida” e o restante, publicado a partir de 2015, em “Sociedade” - que é como passou a ser nomeada a editoria “Saúde” em março de 2014. As matérias foram assinadas por jornalistas diferentes, e a maioria das fontes ouvidas era do Ministério da Saúde, estudos e pesquisadores, profissionais de saúde e agências internacionais, como OMS e ONU. A pouca quantidade de matérias sobre PEP demonstra o silêncio do jornal sobre esta importante forma de prevenção à disposição dos brasileiros no SUS. Dados indicam que a PEP é pouco buscada, e pesquisas mostram que os brasileiros ainda a conhecem muito pouco. Parte disso deve-se à sua baixa divulgação, tanto pelo governo em campanhas de saúde quanto pela mídia noticiosa, como pudemos notar.