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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/38132
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Sustainable Development Goals
03 Saúde e Bem-EstarCollections
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MEI E PUNU NA COSMOLOGIA DO POVO XIKRÍN DO CATETÉ
Author
Affilliation
Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará. Marabá, PA, Brasil / Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará. Marabá, PA, Brasil.
Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará. Marabá, PA, Brasil.
Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará. Marabá, PA, Brasil.
Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará. Marabá, PA, Brasil.
Universidade Federal Rural da Amazônia. Belém, PA, Brasil.
Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará. Marabá, PA, Brasil / Fundação Nacional do Índio. Marabá, PA, Brasil.
Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará. Marabá, PA, Brasil.
Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará. Marabá, PA, Brasil.
Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará. Marabá, PA, Brasil.
Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará. Marabá, PA, Brasil.
Universidade Federal Rural da Amazônia. Belém, PA, Brasil.
Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará. Marabá, PA, Brasil / Fundação Nacional do Índio. Marabá, PA, Brasil.
Abstract in Portuguese
O trabalho ocorreu em maio de 2017, durante as atividades do Programa Saberes e fazeres Xikrín. O objeto da experiência buscou compreender as concepções de saúde e doença na cosmologia Xikrín. Dialogar acerca das concepções de saúde e doença, a partir da cosmologia Xikrín, tendo em conta suas concepções correlatas aos termos mei e punu na sua língua materna. Tendo em vista os ciclos de vida de homens e mulheres e seus rituais de passagem, foi realizada oficina com as seguintes questões norteadoras: o que é saúde? e O que é doença? Outras estratégias etnográficas, como registro audiovisual, entrevistas, observações e conversas informais com agentes sociais, foram utilizadas para perceber as dinâmicas territoriais e sócioculturais que impactam na saúde dos Xikrín. Obtivemos como resultado uma compreensão aproximada de saúde e doença, representadas pelos signos mei e punu, a partir de narrativas orais e linguagem visual, onde mei representa o pleno bem estar, enquanto punu, refere-se a tudo que os subtrai do estado mei. Outros resultados foram obtidos pela produção de vídeos que denunciam a poluição do Rio Cateté pelas atividades extrativas da Vale. Outras observações nos permitiram analisar, ainda, as transformações que comprometem sua soberania alimentar. O campo semântico mei e punu, produto de ontologias próprias indígenas, correlacionam-se com os conceitos saúde e doença numa perspectiva transversal, refletindo suas dimensões individuais e sociais. Neste contexto, a saúde é mais que uma categoria, ela reflete a cosmologia Xikrín em suas possiblidades de uso da terra, dos rios, dos alimentos e, em última análise, de seu equilíbrio ecológico, sendo estes elementos imprescindíveis para a preservação de sua cultura e de sua saúde. O uso indevido do território indígena por agentes econômicos, como a Vale, produz intensas transformações nas dinâmicas territoriais e na cosmologia dos Xikrín, afetando suas práticas cotidianas de agricultura, pesca e lazer, gerando doenças e agravos à saúde relacionadas às atividades da mineradora. Os Xikrín lutam na justiça para impedir as ações da Vale, vista como punu, num esforço de restabelecer o estado mei de seu povo e de seu território.
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