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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/38418
PROVA DE AMOR OU ABUSO DIGITAL? O USO DE APLICATIVOS DE CONTROLE/MONITORAMENTO NOS RELACIONAMENTOS AFETIVO-SEXUAIS
Práticas abusivas
Controle e monitoramento do parceiro
Ferramentas digitais
Relacionamentos afetivo-sexuais
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
Na atualidade, somos estimulados a anunciar espontaneamente tudo o que se refere à nossa vida particular, havendo um embaralhamento entre as fronteiras: pública e privada, que se retroalimentam, nos convidando a sermos, ao mesmo tempo, controladores e controlados. Todavia essas práticas, por vezes, naturalizadas dão subsídios à banalização de práticas abusivas nos relacionamentos afetivo-sexuais. Este estudo buscou analisar as produções discursivas sobre controle e monitoramento do parceiro veiculadas nas ferramentas digitais ofertadas pelo sistema Android e iPhone, disponíveis nos aplicativos de telefonia móvel. Adotamos a análise do discurso crítico para o exame e interpretação das enunciações textuais de aplicativos disponíveis nos sistemas Android e iPhone, pagos ou gratuitos, que oferecessem como serviço, o controle, monitoramento e rastreamento de parceiros íntimos. Utilizamos as seguintes palavras chaves: Rastreador de Namorado (RNo), Rastreador de Namorada (RNa), Espião de Namorado (ENo), Espião de Namorada (ENa), Espião de Marido (EM) e Espião de Esposa (EE). Após leitura criteriosa do acervo e a exclusão de todos os aplicativos em duplicidade ou que não faziam parte do objetivo proposto pelo estudo, permaneceram no acervo 40 aplicativos. Dentre os 40 aplicativos, identificamos somente 33 desenvolvedores, pois alguns deles criaram mais de um aplicativo com o mesmo propósito, mas com nomes e, por vezes, público alvo distintos. A avaliação de cada aplicativo é feita mediante uma nota atribuída pelos próprios usuários, variando de 1 a 5. Da mesma forma, o número de instalações, sofre oscilação, variando de cem a cinco milhões de downloads. Os sujeitos controlados pelos aplicativos analisados são majoritariamente os parceiros afetivo-sexuais (esposa, marido, namorada, namorado, amante, “peguete”). Identificamos também, dois blocos com distintos sentidos discursivos não-excludentes: Controle/ Monitoramento e Cuidado/Proteção. A força enunciativa dos textos se baseia numa promessa de controle total e irrestrito com o propósito de assegurar a “paz de espírito”, “segurança” e “harmonia” no relacionamento íntimo. Invocando para tal, argumentos retóricos que remetem a “prova de amor”, “cuidado” e “proteção” como justificativa para o controle/monitoramento do outro.
Keywords in Portuguese
BanalizaçãoPráticas abusivas
Controle e monitoramento do parceiro
Ferramentas digitais
Relacionamentos afetivo-sexuais
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