O que nos move? Um olhar documental sobre a 15ª Conferência Nacional de Saúde

Abstract

Outubro de 2015 (pré-produção) a dezembro de 2017 (lançamento). Documentário observacional sobre os bastidores da 15ª Conferência Nacional de Saúde (CNS) a partir do engajamento de três delegados, usuários do SUS. 1) Desenvolver estratégias de comunicação equitativas, contribuindo para que vozes periféricas possam circular, serem mais ouvidas e consideradas nos debates públicos. 2) Realizar documentário sobre a atuação dos usuários na 15ª CNS, que visibilize a ação do cidadão na luta pelo direito à saúde. Tendo como referência o cinema direto, tradição cinematográfica onde o cineasta acompanha a ação sem influenciar na mesma, o filme segue três delegados representantes dos usuários na 15ª Conferência. A montagem do documentário segue a ordem cronológica dos acontecimentos pelo ponto de vista dos personagens, sem nenhuma entrevista. No plano fílmico: i) a visibilização da ação dos representantes dos usuários, que ressalta, em diversos momentos, as lutas populares por direitos sociais e exercício real da cidadania; ii) o registro histórico da reação ao processo de impeachment. Após o lançamento, a integração do documentário no catálogo do Selo Fiocruz Vídeo, sua disponibilização em acesso aberto no YouTube e no Repositório Institucional da Fiocruz. Outros resultados são esperados com a circulação nesses e em outros espaços. Um filme não é um fim em si mesmo, não é responsável pela mudança de comportamento e nem esse é o intuito. Como estratégia de comunicação, a iniciativa buscou contribuir para reflexão, sensibilização e conscientização acerca dos temas tratados, mas para isso é preciso que circule. Na concorrência com outros filmes no campo da recepção, o desafio é ampliar o diálogo sobre a participação social na luta pelo direito à saúde para públicos que não estão inseridos no campo da Saúde Coletiva. Conselhos e Conferências são importantes conquistas, mas não podem ser tomados como espaços exclusivos de participação social que contemple a complexidade e pluralidade social. É preciso desenvolver estratégias para interagir com os diversos grupos e comunidades discursivas para que a comunicação ultrapasse limites geográfi-cos, afinidades culturais e ideológicas. Do contrário, estará apenas amplifican¬do-se a comunicação entre os pares.