Sífilis congênita no Espírito Santo no período de 2010 a 2015: distante da eliminação da transmissão materno infantil

Abstract

O Brasil apresentou uma taxa de incidência por sífilis congênita em 2015 de 6,5 casos por mil nascidos vivos (nv), sendo maior no estado do Espirito Santo. Houve melhoria do acesso ao teste rápido para sífilis no pré-natal. Entre as metas da OPAS para eliminação da transmissão materno-Infantil da sífilis está alcançar uma taxa de incidência de sífilis congênita de ≤0,5 caso/mil nv. Descrever a situação epidemiológica e os custos de internação da Sífilis congênita no Espirito Santo de 2010-2015. Estudo de série temporal de sífilis congênita (SC) no período 2010-2015 ocorrida no estado do Espirito Santo. Ocorreram 2112 casos de SC no período. Análise de dados secundários de sifilis disponibilizados pelo Depto de DST AIDS e hepatite Viral/SV/ Ministério da Saúde (http://indicadoressifilis.aids.gov.br). Foram estimados o risco relativo (RR) e IC95%, variação percentual e comparados os indicadores de cobertura pré-natal no período. Os custos foram descritos a partir dos valores fornecidos pelo Sistema de Informação Hospitalar fornecido pelo DATASUS. A taxa de incidência de SC teve uma tendência de aumento, com um risco de 9,1casos/ 1000 nv em 2015. A incidência de SC de 2015 foi 3,03 (IC95% 2,5-3,6) maior que 2010.O percentual das adolescentes de 15-19 anos foi 32,2%(2015), variação percentual de +86% em relação a 2010. A incidência da SC no Espirito da Santo é 40% superior à média brasileira. Os indicadores de assistência demonstraram falhas na prevenção da SC em todo período. Custos evitáveis elevados foram compatíveis com a situação epidemiológica do estado. O elevado e crescente percentual de mãe adolescentes entre os casos associado à qualidade da atenção sugerem que estamos contramão de alcançar a eliminação da transmissão materno-infantil da SC.