Por uma formação dos profissionais de saúde comprometida radicalmente com o SUS universal, público, integral e equanime

Abstract

De 2006 até hoje, os programas e políticas para adequar a formação dos profissionais de saúde à necessidade do SUS. A importância da formação dos profissionais de saúde, da qualidade desta e do seu necessário compromisso com os princípios do SUS. O objetivo desse trabalho, síntese da experiência docente, é analisar a formação a nível da graduação, residências multiprofissionais e cursos de pós-graduação lato sensu no seu potencial de produzir profissionais comprometidos com a Reforma Sanitária ainda em curso. Foi feita uma análise de duas teses de doutorado e três dissertações de mestrado, tendo a interprofissionalidade como tema-condutor. As duas teses de doutoramento versavam sobre o processo de trabalho no NASF e as dissertações discutiam a residência multiprofissional, o VerSUS e a formação de graduação em medicina e saúde coletiva. Apesar dos avanços decorrentes da implementação do Pró-Saúde, dos diversos PETs, do VerSUS e outros programas, a formação dos profissionais de saúde não mudou substancialmente, ainda sendo contra-hegemônica a Reforma Sanitária e seus princípios. O trabalho em equipe multiprofissional é um desafio que, tenciona no sentido da abertura para a troca de saberes, para o respeito ao saber do outro, para a construção coletiva de ações, atividades e conhecimentos, desvelando o papel do poder corporativo de cada profissão. Destaca-se o PET Saúde da Família, das residências multiprofissionais e do VerSUS na sensibilização dos profissionais para um maior compromisso com a Reforma Sanitária, especialmente na perspectiva deste(s) último(s) de incluir os movimentos sociais no processo formativo. O agente comunitário de saúde inserido desde o início do curso de graduação teve destaque, entre todos os profissionais, como formador e educador de uma maneira ampla, que inclua o conceito ampliado de saúde tão caro à reforma sanitária. formação em todos os níveis, desde o técnico até a pós-graduação. Conclui-se que há ainda várias mudanças a serem promovidas na formação em saúde e que a interprofissionalidade, o trabalho em equipe, a inclusão do agente comunitário de saúde e dos movimentos sociais são elementos fundamentais a serem promovidos para garantir um profissional de saúde realmente comprometido com a Reforma Sanitária e um SUS universal, equânime, integral e público.