Indivíduos em situação de rua com tuberculose: visão da mídia

Abstract

A tuberculose é uma doença infecto contagiosa transmissível e apesar de antiga e das reduções nos coeficientes de mortalidade e incidência, ainda é uma grande preocupação para a saúde pública no Brasil. Os fatores de perpetuação estão associados ao processo de desigualdades sociais, atingindo assim a população em situação de rua (PSR). Esta população é definida como prioritária pelo ministério da saúde devido ao complexo manejo desse indivíduo. Este trabalho teve como objetivo a realização de uma revisão integrativa de reportagens na mídia digital sobre PSR com tuberculose. A busca foi realizada em jornais e revistas de pequena e grande circulação em meios digitais. Foram elegíveis matérias que incluíssem tuberculose e população em situação de rua no ano de 2016. Diversos são os serviços direcionados a essa população: o Centro Pop oferta Serviço Especializado para pessoas em situação de rua; campanhas para aumentar a adesão ao tratamento; Consultório na Rua; projetos voluntariados; ONGs; capacitação dos profissionais que atuam diretamente com a PSR; CREAS - Centro de Referência Especializado de Assistência Social; projetos de igrejas; dentre outros. Apesar dos inúmeros esforços ao combate da doença, os desafios perante a população em situação de rua está o de assegurar o cumprimento do tratamento de forma adequada por pessoas que vivem em condições de pobreza extrema. O acesso aos serviços de saúde se apresenta, de modo geral, com significativos obstáculos para sua efetiva garantia, em especial na atenção primária, constituindo-se em um importante fator de suas condições de saúde, lembrando que o padrão de risco observado é constantemente desvantajoso para indivíduos pertencentes a grupos sociais menos privilegiados. As dificuldades de utilização dos serviços de saúde por esses indivíduos devem-se a: organização técnico-administrativa dos serviços, preconceitos de profissionais, concepção do adoecimento-cuidado e usuários e fragilidades de ações do sistema, falta de comprometimento pelo próprio portador da doença, questões referentes à própria organização do serviço exercem papel fundamental no acesso. É necessário uma reestruturação e o fortalecimento dos serviços de saúde nos estados, a melhoria da capacidade laboratorial e a incorporação de novos medicamentos ao tratamento. Conclui-se que a PSR com tuberculose constitui um grupo de grande vulnerabilidade e se caracteriza como uma população carente de inovações em ações específicas ao processo de doença. Por se tratar de uma população diferenciada pelas suas condições sociais e pelo contexto em que vivem, é necessário o estabelecimento de melhorias nas políticas existentes e realização de capacitações em serviço dos profissionais que atuam com esta público, para que haja por parte dos profissionais de saúde uma maior sensibilidade e compreensão quanto à necessidade de se adequar a realidade e de identificar formas que se garanta o melhor acesso dessa população aos serviços e cuidados de saúde.