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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/38988
SAÚDE COMO DIREITO: DISCURSO E RITOS NAS FALAS INAUGURAIS DE MINISTROS DA SAÚDE NO JORNAL 'FOLHA DE S. PAULO' (1986-2016)
Bardanachvili, Eliane | Date Issued:
2019
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Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
Esta pesquisa teve por objetivo investigar o discurso midiático do conceito de direito à saúde, afirmado na Constituição de 1988, em matérias jornalísticas com ministros da Saúde, produzidas por ocasião da posse desses gestores na pasta, pelo jornal Folha de S. Paulo. A investigação abrangeu um período de três décadas (1986-2016), a partir do ano de realização da 8ª Conferência Nacional de Saúde, momento em que a Reforma Sanitária Brasileira começava a ganhar concretude. Tomando a mídia como estruturante do espaço público e estruturada por este, intentamos compreender como o dispositivo jornalístico, com suas características particulares, regras e recursos, (re)interpretou e modulou falas autorizadas do poder público, no que diz respeito à universalidade da saúde como direito \2013 ainda não plenamente atingida no mundo social. O exame balizou-se pela relação de jornal e fontes (os ministros da Saúde) com o contexto em que operam e com uma dupla face da Reforma Sanitária \2013 em suas dimensões societária (relacionada a uma revolução dos modos de vida) e setorial (traduzida em ações e serviços). Sustentada principalmente nas contribuições de John Thompson e Norman Fairclough, a pesquisa realizou-se pela Análise de Discursos Crítica, com incorporação de aportes da análise retórica, em diálogo, ainda, com aspectos sócio-históricos dos universos da Saúde e do Direito e uma discussão acerca do papel do Estado como garantidor de direitos sociais. Os resultados sugerem que a apropriação do conceito de direito à saúde como projeto civilizatório e transformador é secundarizada por uma urgência operacional, que perpassa o discurso dos gestores da Saúde e é acatada pelo jornal. Formatados pelo dispositivo, e em sua relação com outros discursos socialmente construídos, jornal e fontes estabelecem seu contrato de leitura com o público enfatizando promessas e propostas de ações pontuais, em detrimento de uma afirmação da saúde como direito universal.
Abstract
This research focused on the media discourse on the concept of right to health, as the Constitution states it, in journalistic reporting with ministers of Health produced by Folha de S. Paulo newspaper when each one of those managers took office. The research covered three decades, starting in the year of 1986 \2013 when the 8th National Health Conference took place and the Brazilian Sanitary Reform was getting stronger \2013 and until 2016. Taking the media in structuring of the public space and structured by it, we intended to understand how the journalistic device in its particular characteristics, rules and resources (re)interpreted and modulated the official statements of government power in the newspaper, regarding the universality of health as a right \2013 not yet fully reached in the social world. The examination was marked by the relation of newspaper and sources (the Ministers of Health) with the context in which they operate and with a double faced Sanitary Reform, in its societal (related to a lifestyle revolution) and sectorial (taken as actions and services) dimensions. Based mainly on the contributions of John Thompson and Norman Fairclough, the research was carried out by Critical Discourse Analysis, incorporating contributions of rhetorical analysis, in dialogue with socio-historical aspects, involving the areas of Health and Law and a discussion about the role of the State in guaranteeing social rights. The results suggest that the appropriation of the concept of right to health as a civilizing and transformative project is seconded by an operational urgency that permeates the discourse of Health managers and is accepted by the newspaper. Formatted by the device and in its relation to other socially constructed discourses, newspaper and sources emphasize specific actions to the detriment of an affirmation of health as a universal right.
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