Formação para a promoção da equidade: projeto de formação de lideranças para a gestão participativa da política nacional de saúde integral das populações do campo, da floresta e das águas

Abstract

Nesse trabalho abordaremos o relato e reflexões, a partir do Projeto de Formação de Lideranças para a Gestão Participativa da Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo, da Floresta e das Águas. O projeto foi proposto pelos seguintes movimentos: Confederação Nacional de Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura (CONTAG) Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e Movimento de Luta pela Terra (MLT), em parceria com o Departamento de Apoio à Gestão Participativa (DAGEP) do Ministério da Saúde e o Programa de Promoção da Saúde, Ambiente e Trabalho (PSAT) da Diretoria Regional de Brasília (DIREB) da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ). O projeto foi articulado por meio de 4 metas: Meta 1 - CONTAG: Formação conjunta de 250 agricultores e trabalhadores e gestores do SUS. Meta 2 - MMC: Formação de 900 Mulheres Camponesas. Meta 3 - MST: Sistematização de Experiências de Formação. Meta 4 - MLT: Formação de 588 camponeses e camponesas. Neste contexto, evidencia-se que a luta pelo direito à saúde emerge como uma bandeira dos movimentos populares, e que os processos participativos no âmbito do Ministério da Saúde, contribui para que o SUS avance como processo civilizatório e contribua para diminuir as desigualdades sociais. A politização e qualificação do SUS são necessidades permanentes, exigindo assim, processos formativos para contribuir com a luta pelo direito à saúde e avanço na materialização do princípio da equidade e da democratização da saúde. Este projeto, com suas distintas estratégias, aprofunda e dissemina ações e reflexões que qualificam a luta das populações do campo, floresta e águas pela saúde. A aproximação com os movimentos populares traz a perspectiva da construção participativa do SUS e evidencia as reais necessidades e demandas das populações do campo, floresta e águas. A educação popular, a luta pela saúde e a participação social são linhas comuns aos movimentos que desenvolvem as 4 metas deste projeto. Os processos formativos são fundamentados na estratégia pedagógica problematizadora de formação para ação, resultando em possibilidades de transformação da realidade considerando os modos de desenvolvimento em disputa. A principal reflexão, a partir da execução do projeto, é que os processos formativos e espaços de gestão participativa provocam a interação e fortalecem a resistência para defesa do direito à saúde, contribuindo para luta e desenvolvimento sustentável para o campo, floresta e águas.