A humanização em uma unidade básica de saúde do Distrito Federal: o olhar dos gestores

Abstract

Introdução: As políticas públicas de saúde no Brasil são frutos de um processo histórico de lutas sociais e transformações operacionais de governo, onde diante da tentativa de aumentar às possibilidades de assistência, o Ministério da Saúde começa a levantar discussões a cerca da proteção dos direitos sociais à saúde vinculada a humanização da atenção e dentro deste contexto surge a Política Nacional de Humanização e Gestão (PNH), a fim de impulsionar as ações de autonomia e protagonismo dos sujeitos envolvidos nos múltiplos processos de saúde e doença. Objetivos: Identificar a implementação da Política Nacional de Humanização em uma unidade de atenção básica em Ceilândia, a partir do olhar dos gestores. Metodologia: Estudo do tipo qualitativo descritivo e exploratório, realizado na unidade de saúde Lucena Roriz localizada no Condomínio Prive região de Ceilândia- Distrito Federal. A coleta de dados ocorreu no mês de setembro de 2015, por meio de uma entrevista com três gestores responsáveis pelas ações desempenhadas pela equipe de saúde no serviço. Os dados foram analisados segundo o referencial teórico da análise de Conteúdo de Bardin, do tipo Categorial. A partir da análise das falas dos participantes foram definidas três categorias: 1-Divulgação de informação; 2-Acolhimento; 3- Inseparabilidade entre política e o funcionamento da unidade de saúde. Resultados e Discussão: Identificou-se que a divulgação de informação se apresentou como uma ferramenta promotora do conhecimento nas ações contribuindo para um cuidado humanizado, no entanto em alguns momentos notou-se a dificuldade de consolidar algumas informações para que ela faça sentido aos usuários. Em relação ao acolhimento foi notado que ele e uma atitude presente no serviço minimizando fatores estressantes ao paciente e equipe. Verificou-se também que a gestão interna do serviço se encarrega de articular meios para que haja uma interação entre as necessidades de saúde e promove ações intersetoriais para integrar e tentar solucionar as demandas coletivas. Assim, a humanização é o passo fundamental e essencial para as práticas no âmbito da saúde, tendo como principal ponto a constante necessidade do diálogo e articulação, a fim de gerar uma prática compartilhada e de otimização da autonomia e protagonismo dos sujeitos envolvidos. Conclusão: Verificou-se nesta pesquisa que há gestores dentro da lógica institucional que tem ciência do processo da PNH, aplicando as diretrizes na organização de sua equipe contribuindo para que ações mais humanizatórias possam fazer parte da atenção primaria a saúde.