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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/3976
Type
DissertationCopyright
Open access
Sustainable Development Goals
03 Saúde e Bem-Estar05 Igualdade de gênero
16 Paz, Justiça e Instituições Eficazes
Collections
Metadata
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SITUAÇÃO DE SAÚDE E VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES NO RECIFE, PE
Violência sexual
Diagnóstico da situação em saúde
Serviços de saúde
Programa Saúde da Família
Gomes, Ana Paula Portella Ferreira | Date Issued:
2008
Alternative title
Health situation and violence against women in Recife, PEAdvisor
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Aggeu Magalhães. Recife, PE, Brasil.
Abstract in Portuguese
Nas últimas décadas, a violência masculina contra as mulheres tem recebido crescente atenção como problema social de considerável magnitude que requer grandes esforços por parte dos governos e da sociedade para a sua superação. É um campo de estudo importante, sobretudo no que se refere às suas interfaces com a saúde, uma vez que provoca graves conseqüências para o bem estar e a saúde física e mental das mulheres. Os serviços de saúde, principais locais de acolhimento das queixas e dos problemas provocados pela exposição à violência, têm pouca sensibilidade para o problema e não acolhem adequadamente as vítimas. Este estudo teve como objetivo analisar a violência física, sexual e/ou psicológica, entre mulheres de 15 a 49 anos, usuárias de serviços do Programa Saúde da Família de Recife, de acordo com algumas características sócio-demográficas e sanitárias. Realizou-se um estudo transversal, de base populacional, com uma amostra de 2156 mulheres de 15 a 49 anos, representativa das usuárias do PSF nos seis distritos sanitários do Recife, atendidas entre 2005 e 2006. Utilizouse questionário padronizado pela Organização Mundial da Saúde, validado em outros países e no Brasil. Além da descrição das características da população estudada, foram analisados os principais fatores associados à violência contra as mulheres. Foram altas as prevalências de violência ocorrida alguma vez na vida (psicológica: 46,4 por cento; física: 35,8 por cento; sexual: 11,1 por cento; qualquer tipo: 52,2 por cento) e ocorrida no ano anterior à entrevista (psicológica: 70,8 por cento; física: 54,8 por cento; sexual: 55,4 por cento; qualquer tipo: 70,1 por cento). Os principais fatores associados à violência recorrente sofrida alguma vez na vida foram: ser preta (OR=1,94) ou parda (OR=1,89), estar sem parceiro (OR=3,73) ou unida (OR=3,22), nunca ter usado preservativo para prevenir Doenças Sexualmente Transmissíveis - DST (OR=1,54), o parceiro já ter se recusado a usar preservativo (OR=1,99), uso de álcool ou outras drogas na gestação (OR=1,76), ter tido filhos nascidos com baixo peso (OR=1,84), ter sentido dor na relação sexual (OR=1,69) e dor no baixo ventre (OR=1,62) no mês anterior à entrevista e achar que vinda à unidade de saúde estar relacionada à violência sofrida (OR=3,95). Estes resultados revelam a alta magnitude do problema entre usuárias de serviços públicos de saúde, reiterando achados de estudos nacionais e estrangeiros. Os achados chamam a atenção, ainda, para a necessidade de reorganização dos serviços de saúde no sentido de identificar os casos e oferecer assistência adequada às mulheres vítimas de violência
Abstract
In recent decades, male violence against women has received increasing attention as a social
problem of considerable magnitude that requires great efforts by governments and society to
be faced. It is an important field of study, especially with regard to their interfaces with
health, considering the severe consequences for women´s well being and physical and mental
health. Health Services, local host of complaints and problems caused by exposure to
violence, have shown little sensitivity to the problem and not properly receive the victims.
This study aimed to examine physical, sexual and/or psychological violence against women
aged 15 to 49 years, users of services of the Family Health Program of Recife, according to
some socio-demographic and health characteristics. It was a population based cross-sectional
study conducted with a sample of 2156 women aged 15 to 49 years, representative of the
users of PSF in the six health districts of Recife, attended in 2005 and 2006. It used a
questionnaire standardized by WHO, validated in another countries and also in Brazil.
Besides a description of the population characteristics, main associated factors to violence
against women were analyzed. High prevalences of violence ever in life were found
(psychological: 46.4%; physical: 35.8%; sex: 11.1%; any kind: 52.2%); as well for violence
occurred in the year before the interview (psychological : 70.8%; physical: 54.8%; sex:
55.4%; any kind: 70.1%). Main risk factors, all with p <0.05, for violence ever in life were:
being black (OR = 1.94) or brown (OR = 1.89), have no partner (OR = 3, 73) or being united
(OR = 3.22), never used condoms to prevent STDs (OR = 1.54), if the partner has refused to
use condoms (OR = 1.99), use of alcohol or other drugs during pregnancy (OR = 1.76), have
had children born with low birth weight (OR = 1.84), have felt pain in sexual intercourse (OR
= 1.69) and lower abdominal pain (OR = 1.62) in the month preceding the interview and find
that the visit to the health unit was related to experiences of violence (OR = 3.95). These
results show a high magnitude of the problem among users of public health services,
reiterating national and foreign findings. Highlight the need for further reorganization of
health services to identify the cases and offer appropriate assistance to women.
Keywords in Portuguese
Violência contra a mulherViolência sexual
Diagnóstico da situação em saúde
Serviços de saúde
Programa Saúde da Família
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