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O FOCO BRASILEIRO DE ONCOCERCOSE: NOVAS OBSERVAÇÕES FEITAS NAS ÁREAS DOS RIOS MUCAJAÍ E CATRIMÂNI, TERRITÓRIO DE RORAIMA
Affilliation
Universidade de Brasília. Brasília, DF, Brasil.
British Museum. London, England.
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz. Departamento de Entomologia. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
British Museum. London, England.
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz. Departamento de Entomologia. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
Um novo inquérito para oncocercose, realizado em 1984, entre índios Yanomami da parte média dos rios Mucajaí e Catrimâni (Território de Roraima), mostrou que, decorridos vários anos das primeiras investigações - uma década no caso do rio Mucajaí - os índices de prevalência, nesses dois locais da periferia do foco brasileiro, não haviam sofrido alteração significativa. Levando-se em conta apenas os residentes nas aldeias ou malocas abrangidas pelo inquérito, a prevalência atingiu 3,1% nos índios do rio Mucajaí, enquanto ficou em zero nos do rio Catrimâni. Dada a presença contínua, nas referidas aldeias, de índios visitantes, altamente infectados, oriundos da parte central e mais elevada do território indígena - onde cerca de 90% doa adultos têm oncocercose - seria de esperar o achado de valores bem maiores (acima pelo menos daqueles encontrados anteriormente), caso um vetor apropiado estivesse presente na região. Simulium oyapockense s.1. é a única espécie antropofílica de simulídeo, em toda zona inferior da área ocupada pelos Yanomami (altitude ao redor de 200 metros), abundante o suficiente para constituir-se em transmissor da oncocercose. Sem dúvida, no entanto, trata-se de um mau vetor (como aliás já foi demonstrado experimentalmente para Mansonella ozzardi) ou, até mesmo, de espécie não vetora de Onchocerca volvulus, pois, de outra forma, os índices de prevalência na parte média dos rios Mucajaí e Catrimâni já teriam crescido durante o período assinalado. Para explicar as altas taxas alcançadas pela endemia na porção central e cheia de acidentes (altitude superior a 900 metros) do território Yanomami, há que se admitir a presença aí de um outro vetor, muito eficiente, cujos hábitos estariam ligados à região montanhosa da fronteira entre o Brasil e a Venezuela.
Abstract
A recent survey for onchocerciasis conducted among the Yanomami Indians living on the middle reaches of the Mucajaí and Catrimâni Rivers (Territory of Roraima) has failed to show any alteration in the local pattern of the disease. Infact, after a decade from the first surveys in these areas located at the periphery of the Yanomami focus, the prevalence and the intensity of infection have not experienced a significant change. Considering only the residents in the villages inside the surveyed areas, the prevalence varied from zero in the neighbourhood of the Catrimâni mission to 3.1 per cent near the Mucajai mission. Had there been a competent vector of Onchocerca volvulus in the region higher rates might be expected due to the Yanomami custom of periodic visits among the groups of the tribe. In some of these visits, numbers of highly infected Indians from the central and mountainous part of the Yanomami territory - where more than 90 per cent of the adults have onchocerciasis - come to the villages in the lowland area, attracted by the facilities offered by the mission posts. As the visitors stay in the host villages for several days or weeks, the residents could become exposed to the disease. Simulium oyapockense s.l., a man-biting species of black fly, widely distributed in Northern Brazil, is the only possible vector of O. volvulus in the investigated areas, on the grounds of its local abundance. However, it must be a poor vector (as has already been demonstrated for Mansonella ozzardi), since the prevalence rates in the lower part of the Yanomami territory have not changed for the past ten years, in spite of the constant presence of infected Indians visiting the villages. In order to explain the much higher prevalence in the central part of the Indian territory, we have to admit the presence there of another vector, extremely efficient, whose habits would be linked to the montainous region of the border between Brazil and Venezuela.
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