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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/42987
DESENHOS ANIMADOS DE CIÊNCIA E A (DES)CONSTRUÇÃO DO ESTEREÓTIPO DE CIENTISTA: EM DIREÇÃO A UMA NOVA NARRATIVA
Rodrigues, Raquel Nunes Mazziotti | Date Issued:
2019
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Casa de Oswaldo Cruz. Museu da Vida. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
O estereótipo de cientista difundido em diversos meios de comunicação, incluindo desenhos animados, é o de um homem branco, velho, que usa óculos, cabelos desgrenhados aparentando ser louco, mas que ao mesmo tempo é um gênio, vive enclausurado em um laboratório e é antissocial uma imagem pouco atraente, que pode afastar as crianças das carreiras científicas. Desde que a televisão foi introduzida no Brasil, gerou forte transformação nas relações sociais. Nas últimas décadas, a fusão de novas tecnologias à televisão tem possibilitado um aumento de ofertas de programação, inclusive canais exclusivos de desenhos animados. Com a multiplicidade de ofertas, vale questionar se o conteúdo dos desenhos também está mudando ou permanece o mesmo. Sendo assim, o objetivo desse trabalho é analisar desenhos atuais no canal de TV por assinatura Discovery Kids e na plataforma Netflix, a fim de perceber a forma como a ciência e o cientista são retratados. A metodologia utilizada se insere nos campos bibliográfico e documental. A coleta de dados foi realizada pela observação de um corpus amostral composto por 20 episódios de 10 séries de desenhos animados, com a utilização de um protocolo de análise de conteúdo com abordagem qualitativa. A análise indica que, dentre as séries estudadas, apenas duas apresentaram cientistas estereotipados, enquanto quatro séries apresentaram homens e mulheres em sua maioria crianças e adolescentes de várias etnias, com roupas e características que remetiam ao universo jovem e cinco eram compostas por animais, robôs e alienígenas que falavam de ciência. Além disso, o gênero dos protagonistas esteve quase equilibrado, pois 11 mulheres e 13 homens foram retratados como personagens principais. Quanto ao gênero dos cientistas, foi observada a presença tanto de homens quanto de mulheres, embora este último em número reduzido. Apareceram ainda cientistas de outras raças, sobretudo o negro, ainda que em número reduzido. Assim, a pesquisa apontou que os desenhos mais atuais caminham para a desconstrução do estereótipo do cientista a partir de uma nova narrativa dos personagens que associam a ciência a uma prática cotidiana.
Abstract
The stereotype of a scientist in various media, including cartoons, is that of an old, white man who wears glasses, shaggy hair, appearing to be crazy, but who at the same time is a genius, lives enclosed in a laboratory and is antisocial an unattractive image that can keep children away from scientific careers. Since television was introduced in Brazil, it has generated a strong transformation in social relations. In recent decades, the fusion of new technologies into television has made it possible to increase programming offers, including exclusive cartoon channels. With the multiplicity of offers, it is worth questioning whether the content of the cartoons is also changing or remains the same. Therefore, the objective of this work is to analyze current cartoons on the Discovery Kids television channel and the Netflix platform, in order to analyze how science and scientists are depicted. The methodology used to carry out the research is inserted in the bibliographic and documentary fields. Data collection was performed by the observation of the sample corpus composed of 20 episodes of 10 cartoon series, using a content analysis protocol, with a qualitative approach. The analysis indicates that, among the studied series, only two presented stereotyped scientists, while four series presented men and women mostly children and adolescents of various ethnicities, with clothes and characteristics that refer to the young universe and five were composed of animals, robots and aliens who talked about science. In addition, the gender of the protagonists was almost balanced, as 11 women and 13 men were portrayed as main characters. As for the gender of scientists, both men and women were present, although the latter in small numbers. Scientists of other races also appeared, especially black, albeit in small numbers. Thus, the research has shown that the most current cartoons go towards the deconstruction of the stereotype of the scientist from a new narrative of the characters that associate science with a daily practice.
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