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OLHA O BREQUE!: MOVIMENTO DOS ENTREGADORES VEM CHAMANDO ATENÇÃO PARA A PRECARIDADE DAS RELAÇÕES DE TRABALHO NAS PLATAFORMAS DIGITAIS
Peres, Ana Cláudia | Date Issued:
2020
Author
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Programa RADIS de Comunicação e Saúde. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
Foi contra as condições e em busca de melhoria nas relações de trabalho que os entregadores iniciaram recentemente um movimento conhecido como “Breque dos Apps”, quando as redes sociais foram tomadas por relatos e imagens que alertavam para a precariedade de suas rotinas em aplica tivos como Ifood, Uber Eats e Rappi, para citar os principais serviços de entrega por aplicativo no país. A enxurrada de postagens funcionou como ensaio para os dois dias de parali sação nacional das atividades da categoria, que aconteceram em 1º e 25 de julho, com atos e protestos pelas ruas. Nos outros dias, os entregadores passaram a circular com slogans estampados nas bags e capacetes. “Nossas vidas valem mais que o lucro deles”, alertava um adesivo que acabou virando a síntese do movimento. “Arriscando a minha vida para matar a sua fome – e a minha!”, dizia outro. A mobilização por direitos acontece em plena pandemia de covid-19, momento em que houve um crescimento no número de entregadores, quando os pedidos em domicílio ficaram mais frequentes e a atividade assumiu um papel essencial no auxílio à quarentena nas grandes cidades. Toda a articulação nas redes fez com que as hashtags #brequedo sapps, #grevedosapps e #grevedosentregadores estivessem entre os cinco assuntos mais comentados do Twitter em alguns dias do mês de julho. Mas não foi só isso. Acabou cha mando a atenção para um fenômeno ainda mais complexo que já atinge inúmeras outras categorias e recebeu a sugestiva denominação de “uberização do trabalho” – numa referência ao aplicativo de transporte Uber, um dos pioneiros desse modelo que, apoiado nas tecnologias móveis, se caracteriza pela ausência de vínculo empregatício e cujos riscos e custos das atividades ficam a cargo do trabalhador.
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