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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/43990
MULTILATERALISMO, ORDEM MUNDIAL E COVID-19: QUESTÕES ATUAIS E DESAFIOS FUTUROS PARA A OMS
Alternative title
Multilateralism, world order and Covid-19: current issues and future challenges for WHOAffilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Universidade de Brasília. Instituto de Relações Internacionais. Brasília, DF, Brasil.
Universidade de Brasília. Instituto de Relações Internacionais. Brasília, DF, Brasil.
Abstract in Portuguese
Este ensaio discute a atuação da Organização Mundial de Saúde (OMS) à luz dos debates sobre a ordem mundial capitalista e o multilateralismo, analisando o enfrentamento de pandemias (incluída a Covid-19) na dinâmica do sistema interestatal em um mundo heterogêneo, com assimetrias de riqueza e poder e conduzido por potências hegemônicas. A hipótese de trabalho é que as mudanças na credibilidade da OMS, e da ONU, e as reivindicações de reformas têm antecedentes que remontam à última década do século XX e estão intimamente relacionadas às questões referentes à governança global, geral e setorial, que, por sua vez, se vinculam às transformações do multilateralismo e da ordem mundial capitalista ao longo do pós-guerra e no pós-guerra fria. Utiliza-se uma abordagem histórica crítica, na perspectiva do sistema-mundo, amparada em revisão de literatura e em documentos oficiais da OMS. Conclui-se que fragilização da organização e o constante escrutínio a que está submetida há décadas, para além de falhas pontuais ou de ‘falta de capacidade’, resultam de uma dupla dinâmica, interna e externa, e podem ser melhor compreendidas no contexto de desafios impostos pelas transformações da ‘nova ordem mundial liberal’ pós-guerra fria, associada ao avanço dos nacionalismos e do capitalismo global.
Abstract
This essay discusses the work of the World Health Organization (WHO) in the light of debates about the capitalist world order and multilateralism, analyzing the confrontation of pandemics (including Covid-19) in the dynamics of the interstate system in a heterogeneous world, with asymmetries of wealth and power and led by hegemonic powers. The working hypothesis is that the changes in the credibility of the WHO, and the UN, and demands for reforms date back to the last decade of the 20th century and are closely related to issues related to global, general and sectoral, governance, which, by its turn, are linked to the transformations of multilateralism and the capitalist world order throughout the post-war and post-cold war. Through a worldsystem critical historical approach, supported by literature review and official WHO documents, the essay concludes that the undermining of the organization and the constant scrutiny to which it has been subjected for decades, beyond occasional failures or 'lack of capacity', result from a dual dynamic, internal and external, imposed by the transformations of the 'new liberal world order' after the cold war, associated with the advance of nationalisms and global capitalism.
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