Please use this identifier to cite or link to this item:
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/44666
ASPECTOS DE MATRILATERALIDADE EM UM SISTEMA DE NOMINAÇÃO PATRILINEAR: EXPLORANDO FORMULAÇÕES DE GÊNERO E PESSOA ENTRE OS TUKANO
Santos, Fabiane Vinente dos | Date Issued:
2019
Author
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto de Pesquisas Leônidas e Maria Deane. Manaus, AM, Brasil.
Abstract in Portuguese
O artigo aborda a nominação das crianças filhas de pai não indígena (pehkasã, nome pelo qual os não indígenas são chamados em Tukano) e mãe Tukano. Chamadas de moregi (misturadas), estas crianças, pelos princípios de nominação, não teriam direito a um dos nomes do estoque masculino (bahseke wame), uma vez que seus pais são pehkasã e não possuem vinculação clânica nem nome para lhes legar. Contudo, a nominação destas crianças é possibilitada por um arranjo familiar – o pai da mãe (FM) atua como nominador matrilateral. Meu objetivo é explorar as consequências deste arranjo matrilateral, imprevisto no parentesco Tukano, e utilizar tal “inovação” para discutir alguns pontos sobre as transformações na questão de gênero no noroeste amazônico. Somente tomando a sério as diferenças de enfoque nas perspectivas masculinas e femininas, seria possível explicar o arranjo.
Abstract
The article addresses the naming of children born to non-indigenous father (Pekasã, name by which non-in-digenous are called in Tukano) and mother Tukano. Called moregi (mixed), these children, who by the prin-ciples of naming would not be entitled to one of the names of the male stock (baseke wame), since their fa-thers are Pekasã and have no clan or name to bequeath them. However, the practice of naming these children is made possible by a family arrangement - the father of mother (FM) acting as a matrilateral nominator. My goal is to explore the consequences of this unforeseen matrilateral arrangement in Tukano kinship and to use such “innovation” to discuss some points about gender transformations in the Amazon Northwest. Only by taking seriously the issue of diverging male and female perspectives could such arrangement be explained.
xmlui.dri2xhtml.METS-1.0.item-abstractes
Este artículo aborda la denominación de los descendientes de padre no indígena (Pekasã, nombre Tukano para los no indígenas) y madre Tukano. Estos descendientes, llamados moregi (mezclados), no tendrían derecho a un nombre del repertorio masculino (baseri wame), según los principios de la nominación, ya que sus padres son Pekasã y no poseen vinculación a un clan ni un nombre que puedan heredar a sus hijos. A pesar de todo, la práctica de denominación de los hijos de no indígenas es posibilitada por un arreglo familiar – el padre de la madre (FM) actua como nominador matrilineal. Mi objetivo es explorar las consecuencias de este arreglo matrilineal imprevisto en el parentesco Tukano y utilizar tal “innovación” para discutir algunos puntos sobre las transformaciones en la cuestión del género en la Amazonia Noroccidental. Solo llevando en consideración las diferencias de enfoque en las perspectivas masculinas y femeninas será posible explicar este arreglo.
Share