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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4481
MODELAGEM DE DADOS EPIDEMIOLÓGICOS DE CONTATOS DE HANSENÍASE EM UMA COORTE ACOMPANHADA NA FUNDAÇÄO OSWALDO CRUZ, RIO DE JANEIRO, ENTRE 1987 E 1998
Matos, Haroldo José de | Date Issued:
2000
Alternative title
Modeling of epidemiological data from leprosy contacts in a cohort followed at the Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, between 1987 and 1998Author
Advisor
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
A hanseníase continua sendo um problema de saúde pública neste início do
terceiro milênio da era cristã. Em particular, é um problema sério nas áreas tropicais do planeta. A campanha de eliminação da hanseníase, patrocinada pela OMS, e centrada na detecção e tratamento de casos novos da doença, alcançou um relativo sucesso na redução da taxa de prevalência global da doença. Seu objetivo é reduzir a taxa de prevalência para um valor abaixo de 1 caso por 10.000 habitantes até o ano 2000. Entretanto, em algumas áreas, o coeficiente de detecção de casos novos continua crescendo, inclusive no Brasil, que apresenta uma taxa de prevalência ainda
alta, de 4,33/10.000 e um coeficiente de detecção de 25,86/100.000.
A vigilância de contatos se constitui um instrumento importante no controle da doença. No Ambulatório Souza Araújo da Fiocruz, Rio de Janeiro, foi iniciado um programa de acompanhamento de contatos em 1987, apoiado pela OMS. Até o momento, mais de 3000 contatos já foram registrados no programa. O objetivo deste trabalho foi o de estimar as taxas de incidência na coorte de contatos da Fiocruz, bem como caracterizar fatores de risco associados ao adoecimento e à infecção. Foram utilizados modelos estatísticos para a consecução destes objetivos, como modelos de
regressão logística, modelos de sobrevida não paramétricos, semi-paramétricos e paramétricos. A taxa de incidência da doença entre os contatos foi estimada em 0,01694 pessoas-ano em cinco anos de acompanhamento (os cinco primeiros anos da coorte), a partir do momento do diagnóstico do caso primário. Os fatores associados
ao adoecimento foram: 1) não vacinação pelo BCG; 2) reação de Mitsuda negativa; e 3) forma clínica multibacilar do caso primário, em especial os casos com um Índice Baciloscópico elevado ao final do tratamento (> 1). Os fatores associados à infecção, avaliada enquanto soropositividade para IgM anti-PGL1, foram: 1) Idade baixa (< 20 anos); 2) Medidas baixas da reação de Mitsuda (menor do que 5 mm); 3) Índice baciloscópico do caso primário elevado. As conclusões do trabalho apontam para a necessidade de medidas adicionais de controle da incidência da hanseníase nos países
com alto coeficiente de detecção, incluindo a vacinação dos contatos pelo BCG, dosagem de IgM anti-PGL1, além de controle dos pacientes recém-tratados, em especial a caracterização de seu índice baciloscópico.
Abstract
Leprosy is still a public health problem worldwide in the dawning of the third
milenium of the christian era. Particularly, it is a serious trouble in the tropical zones of the planet. The leprosy elimination program, sponsored by the World Health Organisation (WHO), which is aimed at the detection and treatment of newly detected cases, has reached a relative success in the reduction of global prevalence of the disease. WHO’s objetive is to reduce the prevalence rate below 1 case by 10.000 inhabitants in a worldwide scale untill year 2000. Nevertheless, detection rate of new cases continues to grow in some areas, including Brazil, whose prevalence rate is still
high: 4.33/10.000, and the detection rate is also high: 25.86/100.000. Contact surveillance is a valuable strategy for leprosy control. At the Ambulatório Souza Araújo da Fiocruz, Rio de Janeiro, a dynamic cohort study for leprosy contactants was initiated in 1987, partially financed by WHO. Upto now about 3,000 thousand contacts have been registered in the study. The objective of this work was a triple one:
a) estimate incidence rates in the cohort; b) identify major risk factors for infection stage of the disease; and c) characterize risk factors for disease among followed contacts. Statistical models used in Epidemiology have been utilized to achieve these objectives: these were a) logistic regression models; and b) non-parametric, semiparametric and parametric survival models for studying incidence. The incidence rate of leprosy among contacts was estimated as 0,01694 persons-year in five years of
follow-up (the first five years of follow-up). The starting time for follow-up was the moment of diagnosis of the primary case. The factors associated with becoming diseased were: 1) non-vaccination with BCG; 2) a negative Mitsuda reaction; and 3) a multibacilary clinical form of leprosy. Particularly, contacts whose index-cases had a high Baciloscopic Index at the end of treatment (> 1) were at risk. Factors associated with infection, evaluated as seropositivite reactions for anti-PGL1 IgM, were: 1) low
age (< 20 years of age); 2) low measures of Mitsuda reaction (below 5 mm); 3) high Baciloscopic Index of the primary case. The main conclusions of this study point to additional strategies for leprosy control in areas with a high incidence of the disease, including vaccination with BCG, detection of anti-PGL1 IgM, besides follow-up of newly treated patients, specially characterization of their Baciloscopic Index.
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