Teoria e prática da divulgação científica na Fiocruz: projetos contemplados nos editais VPEIC de 2018 e 2019

Abstract

Estudando os editais de divulgação científica (DC) da Vice Presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC) de 2018 e 2019 e 18 de seus 25 seus projetos aprovados, este trabalho aborda a DC na Fiocruz sob aspectos históricos, práticos e conceituais, articulando os resultados encontrados com a literatura do campo e almejando contribuir com os esforços de mapeamento da DC na Fundação e com as reflexões para uma política institucional. Após tecer considerações sobre alguns elementos do debate teórico vigente no campo da DC, como as motivações que fundamentam e orientam a prática e os modelos que compõem o paradigma do campo na atualidade, parte-se para o levantamento de alguns marcos históricos da DC na Fiocruz e de ações de envergaduras tão distintas quanto os atores que as conduzem, que compreendem festivais de ciência, museologia, formação, pesquisa, prêmios, diretrizes político-estratégicas e outras. A produção científica da Fiocruz no campo é observada, concentrando-se nas obras que também se dedicam ao mapeamento da DC na Fundação: Massarani, Abreu e Rocha (2019) e Bevilaqua et al (no prelo). A leitura dos editais permitiu compreender o contexto e a demanda institucional, tendo sido observados itens como elegibilidade, temas prioritários e critérios de julgamento. Os projetos obtidos para o estudo foram analisados e classificados de acordo com determinados aspectos, com a sistematização dos modelos de DC proposta por Brossard e Lewenstein (2010) e com a categorização por tipo de atividade proposta por Bevilaqua et al (no prelo). Os resultados sugerem que a Fiocruz caminha para promover a ampliação da atuação de sua comunidade científica no campo, sinalizando interesse em aumentar sua presença na internet e expandir o impacto social e a acessibilidade de suas iniciativas, ao abrir canais de diálogo com públicos não tradicionais da DC, como populações socialmente vulnerabilizadas, deficientes visuais, comunidades de pessoas acometidas por enfermidades e mulheres. A fronteira do campo, contudo, ainda carece de mecanismos que, de fato, promovam a participação da sociedade nos processos científicos. A Fundação tem história, corpo e potencial para chegar lá.