Please use this identifier to cite or link to this item:
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/47476
Type
DissertationCopyright
Open access
Sustainable Development Goals
01 Erradicação da pobrezaCollections
Metadata
Show full item record
FATORES SOCIOAMBIENTAIS ASSOCIADOS À DISTRIBUIÇÃO E À INTENSIDADE DAS GEO-HELMINTÍASES EM UMA ÁREA URBANA DA REGIÃO DE MARAJÓ, ESTADO DO PARÁ, BRASIL
Evangelista, Brenda Bulsara Costa | Date Issued:
2020
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
Introdução: As geo-helmintíases são doenças relacionadas à pobreza com altas taxas de prevalência em países em desenvolvimento. Objetivo: O presente estudo teve como objetivo descrever o cenário epidemiológico das geohelmintíases em uma população urbana da Amazônia brasileira. Metodologia: Foi realizado um inquérito transversal (n = 349 crianças e adolescentes de 1 a 15 anos) para obter amostras fecais, dados sociodemográficos e de saneamento. As técnicas parasitológicas utilizadas foram Kato-Katz e Ritchie. As análises estatísticas do estudo compreenderam as medidas de associação razão de chances (odds ratios; ORs). O teste exato de Fisher foi utilizado para avaliação da significância estatística com intervalos de confiança de 95%. Nos modelos bi e multivariado as associações foram consideradas estatisticamente significativas quando p < 0,05. Resultados: Entre as crianças e adolescentes, 143 (41%) eram positivos para pelo menos um geo-helminto. As taxas de prevalência de infecções por A. lumbricoides, T. trichiura e ancilostomídeos foram de 17,5%, 36,4% e 7,4%, respectivamente. Um modelo multivariado de regressão logística mostrou que a infecção por A. lumbricoides é significativamente mais frequente em crianças de 11-15 anos (odds ratio [OR] = 2,38; intervalo de confiança de 95% [IC] = 1,15-4,94; p = 0,018) e que a presença de latrinas dentro das casas é fator de proteção contra ascaridíase (OR = 0,38; IC 95% = 0,17-0,85; p = 0,019). A positividade para T. trichiura é maior nos grupos de 6-10 (OR = 3,31; IC 95% = 1,85-5,89; p <0,001) e de 11-15 anos (OR = 3,16; IC 95% = 1,66-6,00; p <0,001), em crianças que vivem em famílias pobres (OR = 1,78; IC 95% = 1,01-3,14; p <0,045) e praticando evacuação aberta (OR = 2,07; IC 95% = 1,07-3,99; p <0,029). A ancilostomíase é mais frequente em crianças de 11-15 anos (OR = 6,70; IC 95% = 1,91-23,43; p = 0,002), no sexo masculino (OR = 6,35; IC 95% = 2,00-20,14; p = 0,002) e naqueles que moravam em palafitas (OR = 3,52; IC 95% = 1,22-10,12; p = 0,019). O uso de albendazol nos últimos seis meses foi fator de proteção contra a ancilostomíase (OR = 0,31; IC95% = 0,10-0,96; p = 0,042). A proporção de infecções leves, moderadas e pesadas foi, respectivamente, 55,2%, 37,8% e 7% para A. lumbricoides, 72,4%, 24,3% e 3,3% para T. trichiura e 93,8%, 3,1% e 3,1% para ancilostomídeos. Nas infecções por T. trichiura e ancilostomídeos maiores cargas parasitárias foram associadas à prática de defecação a céu aberto e morar em casas de palafitas. Conclusões: Os dados apontam para a necessidade de melhoria da infraestrutura de saneamento em localidades amazônicas estudadas com características sociodemográficas e ambientais semelhantes.
Abstract
Introduction: Soil-transmitted helminthiasis (STHs) are poverty-related diseases with high prevalence rates in developing countries. Objective: The present study aimed to describe the epidemiological scenario of STHs in an urban population in the Brazilian Amazon. Methods: A cross-sectional survey (n=349 children aged 1 \2013 15 years) was carried out to obtain faecal samples, sociodemographic and sanitation data. The parasitological techniques used were Kato-Katz and Ritchie. The statistical analyzes of the study comprise the measures of association and odds ratio (odds ratios; ORs). Fisher's exact test was used for statistical significance with 95% confidence intervals. In the bi and multivariate models, the associations were considered statistically relevant when p <0.05. Results: Among the children and teenagers, 143 (41%) were positive for at least one STH. Prevalence rates of infections by A. lumbricoides, T. trichiura and hookworms were 17,5%, 36,4% and 7,4%, respectively. A logistic regression multivariate model showed that infection with A. lumbricoides is significantly more frequent in children aged 11-15 years (odds ratio [OR]=2.38; 95% confidence interval [CI]=1.15-4.94; p=0.018) and that the presence of latrines inside houses is a protection factor against ascariasis (OR=0.38; 95% CI=0.17- 0.85; p=0.019). Positivity for T. trichiura is higher in the 6-10 (OR=3.31; 95% IC=1.85-5.89; p<0.001), and 11-15 age groups (OR=3.16; 95% IC=1.66- 6.00; p<0.001), in children living in poor families (OR=1.78; 95% IC=1.01- 3.14; p<0.045), and practicing open evacuation (OR=2.07; 95% IC=1.07- 3.99; p<0.029). Hookworm infection is more frequent in children aged 11-15 years (OR=6.70; 95% IC=1.91-23.43; p=0.002), in males (OR=6.35; 95% IC=2.00-20.14; p=0.002) and in those living in stilt houses (OR=3.52; 95% IC=1.22-10.12; p=0.019). The use of albendazole in the last six months was a protection factor against hookworm infection (OR=0.31; 95% IC=0.10-0.96; p=0.042). The proportion of mild, moderate and severe infections was, respectively, 55.2%, 37.8% and 7% for A. lumbricoides, 72.4%, 24.3% and 3.3% for T. trichiura and 93.8%, 3.1% and 3.1% for hookworms. Significantly higher worm burdens in T. trichiura and hookworm infections were associated with practicing open defecation and living in stilt houses. Conclusions: The data point to the need to improve sanitation infrastructure in Amazonian locations studied with similar sociodemographic and environmental characteristics.
Share