RADIS: Comunicação e Saúde, número 227, agosto

Abstract

A política antiambiental adotada nos últimos anos no Brasil tem causado um aumento alarmante no desmatamento da Amazônia e na degradação do cerrado, colocando em risco não apenas os biomas, mas também os povos tradicionais que deles dependem. O desmonte da legislação de proteção ambiental tem fragilizado o monitoramento e a análise de impactos ambientais, facilitando a atuação de grileiros, garimpeiros, desmatadores e outros agentes criminosos que prejudicam gravemente populações ribeirinhas e indígenas. As alterações climáticas, resultantes dessas agressões ao meio ambiente, têm causado desastres como enchentes, ondas de calor e incêndios em diversos países, alertando autoridades internacionais para a urgência de combater o aquecimento global. Enquanto isso, no Brasil, líderes parecem ignorar os efeitos da grave crise hídrica, que ameaça resultar em um apagão elétrico e prejudicar a recuperação econômica pós-pandemia. A esquistossomose, considerada a segunda doença parasitária mais devastadora socioeconomicamente no mundo, persiste no Brasil devido à falta de água tratada e saneamento básico, afetando principalmente os mais vulneráveis. A indústria farmacêutica demonstra pouco interesse em desenvolver métodos de diagnóstico mais eficazes e novos tratamentos para essa doença, que incapacita e mata milhares de brasileiros e perpetua a invisibilidade dos mais necessitados. Juliano Moreira, além de dar nome a muitas instituições psiquiátricas, foi um médico, pesquisador e intelectual negro que implementou políticas públicas inovadoras no campo da psiquiatria, questionando teorias racistas e promovendo a humanização do tratamento dos pacientes. Sua contribuição para a saúde no Brasil foi significativa, sendo reconhecido como um "terapeuta do afeto" que democratizou e humanizou o sistema manicomial no país.