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EFEITO DA SÍNDROME DA FRAGILIDADE NA QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE E O PAPEL DESTA CONDIÇÃO NA EXPECTATIVA DE VIDA DE IDOSOS NÃO INSTITUCIONALIZADOS
Andrade, Juliana Mara | Date Issued:
2020
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Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto René Rachou. Belo Horizonte, MG, Brasil.
Abstract in Portuguese
Introdução: Como resultado do rápido envelhecimento da população e do aumento da expectativa de vida, manter ou melhorar a qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) dos idosos tornou-se um dos principais objetivos de saúde atuais, especialmente em países de renda média-alta, onde o processo de envelhecimento ocorre em um ritmo mais rápido do que em países de alta renda. Objetivos: 1) estimar a prevalência de fragilidade e avaliar os fatores associados na população brasileira com 50 anos ou mais (Artigo 1); 2) investigar a associação longitudinal entre fragilidade e QVRS em idosos e examinar se a funcionalidade familiar modera a associação entre fragilidade e QVRS (Artigo 2); 3) estimar a expectativa de vida com QVRS ruim entre os idosos residentes no município de São Paulo nos anos 2006 e 2016 e estimar as diferenças na expectativa de vida com QVRS ruim de acordo com o sexo no mesmo período (Artigo 3). Métodos: No artigo 1 as análises foram conduzidas em 8.556 participantes da linha de base do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil), entre 2015 e 2016. A fragilidade foi definida com base em cinco características: perda de peso, fraqueza, redução de velocidade de marcha, exaustão e baixo nível de atividade física. Os participantes com três ou mais características foram classificados como frágeis. As covariáveis incluíram características sociodemográficas e condições de saúde. As análises multivariadas foram realizadas por meio da regressão de Poisson. O artigo 2 foi um estudo longitudinal. A amostra foi retirada de três ondas (2006, 2010 e 2015) do Estudo Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento (SABE) coletadas em São Paulo, Brasil, com adultos com 60 anos ou mais. A QVRS foi baseada no Short Form Health Survey (SF-12), por meio do qual a pontuação do componente físico e a pontuação do componente mental foram obtidos. O estado de fragilidade foi determinado de acordo com os critérios de fragilidade de Fried et al. (2001). O suporte da família foi medido usando o instrumento APGAR da família. A regressão linear de efeitos mistos foi usada para determinar as associações de fragilidade nas mudanças longitudinais na QVRS e para examinar se a funcionalidade familiar atenua essa associação. No artigo 3 foram avaliados indivíduos com 60 anos ou mais (n = 1.248 em 2006 e n = 1.172 em 2016), participantes do estudo Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento (SABE), realizado em São Paulo. QVRS foi baseada no Short Form Health Survey (SF-12), que forneceu as pontuações dos componentes físicos e mentais. As estimativas de expectativa de vida com QVRS ruim foram obtidas pelo método de Sullivan. Resultados: Artigo 1: A prevalência de fragilidade foi de 9,0% (IC95% 8,0–10,1) na faixa etária de 50 anos ou mais. Os fatores associados à maior prevalência de fragilidade foram escolaridade mais baixa, residência sem um companheiro(a), condições de saúde e limitação para realizar atividades básicas da vida diária. Artigo 2: Ser frágil foi negativamente associado aos escores do componente físico e mental da QVRS. Funcionalidade familiar foi associada à melhor QVRS no componente mental. Artigo 3: A proporção dos anos restantes que as pessoas poderiam esperar viver com um componente físico ruim aumentou com a idade em cada ano avaliado. Desigualdades de sexo foram observadas na expectativa de vida com componentes físico e mental ruins em cada ano. A expectativa de vida com componente mental ruim aumentou em mulheres com 60 anos de idade entre 2006 e 2016. No entanto, essa mudança afetou apenas as mulheres. Conclusões: Os resultados mostraram que a síndrome da fragilidade afeta muitos brasileiros com 50 anos ou mais e está relacionada a diferentes condições de saúde, a limitação funcional e a baixa escolaridade. Esta síndrome afeta significativamente a QVRS. Observou-se também que a melhor QVRS está associada a funcionalidade familiar e que há desigualdades de sexo na expectativa de vida com QVRS ruim. De forma geral, esses achados permitem um melhor entendimento da epidemiologia da fragilidade em países em desenvolvimento e reforçam ainda a importância da fragilidade para a QVRS, mostrando o quão fundamental é desenvolver políticas de saúde que visem evitar o desenvolvimento da fragilidade entre os idosos. Os resultados apresentados também contribuem para a reflexão do papel do suporte social proveniente das relações familiares. Assim, evidenciam que o papel da família necessita ser refletido pelos profissionais de saúde e que as políticas públicas precisam estar atentas a essas influências e à valorização dessas relações. Diante das desigualdades de gênero evidenciadas, nossos achados podem auxiliar no entendimento sobre as necessidades de saúde não atendidas da população devendo ser monitorados continuamente para o reconhecimento de tendências, disparidades e modificações nos determinantes de saúde.
Abstract
Introduction: As a result of the rapid aging of the population and the increase in life expectancy, maintaining or improving the health-related quality of life (HRQoL) of older people has become one of the main current health goals, especially in middleincome countries, where the aging process occurs at a faster rate than in highincome countries. Objectives: 1) to estimate the prevalence of frailty and to evaluate the associated factors in the Brazilian population aged 50 or over (Article 1); 2) investigate the longitudinal association between frailty and HRQoL in older people and examine whether family functionality moderates the association between frailty and HRQoL (Article 2); 3) estimate life expectancy with poor HRQoL among the older people residents in the city of São Paulo in the years 2006 and 2016 and estimate the differences in life expectancy with poor HRQoL according to sex in the same period (Article 3). Methods: In article 1, the analyzes were conducted on 8,556 participants from the baseline (2015-2016) of the Brazilian Longitudinal Study of Aging (ELSI-Brazil). Fragility was defined based on five characteristics: weight loss, weakness, reduction gait speed, exhaustion, and low level of physical activity. Participants with three or more characteristics were classified as fragile. The covariables included sociodemographic characteristics and health conditions. Multivariate analyzes were performed using Poisson regression. Article 2 was a longitudinal study. The sample was taken from three waves (2006, 2010, and 2015) from the Study Health, Well-Being and Aging (SABE) collected in São Paulo, Brazil, with adults aged 60 years or older. The frailty status was determined according to the frailty criteria of Fried et al. (2001). Family support was measured using the family's APGAR instrument. Linear regression of mixed-effects was used to determine the frailty associations in longitudinal changes in HRQoL and examine whether family functionality mitigates this association. In article 3, individuals aged 60 years or older (n = 1,248 in 2006 and n = 1,172 in 2016), participants in the study Saúde, BemEstar e Aging (SABE), conducted in São Paulo, were evaluated. HRQoL was based on the Short Form Health Survey (SF-12), which provided scores for the physical and mental components. Estimates of life expectancy with poor HRQoL were obtained using the Sullivan method. Results: Article 1: The prevalence of frailty was 9.0% (95% CI 8.0–10.1) in the age group of 50 years or older. The factors associated with a higher prevalence of frailty were lower schooling, residency without a partner, health conditions, and limitation to perform basic activities of daily living. Article 2: Being fragile was negatively associated with the scores of the physical and mental components of HRQoL. Family functionality was associated with better HRQoL in the mental component. Article 3: The proportion of years remaining that people could expect to live with poor physical health increased with age in each year evaluated. Sex inequalities were observed in life expectancy with poor physical component and mental component within each year. Life expectancy with poor mental component increased in women at the age of 60 between 2006 and 2016. However, this change affected only women. Conclusions: The results showed that the frailty syndrome affects many Brazilians aged 50 and over and is related to different health conditions, functional limitations, and low education. This syndrome significantly affects the HRQoL of older people. It was also observed that a better HRQoL is associated with family functionality and that there are gender inequalities in life expectancy with poor HRQoL. In general, these findings allow a better understanding of frailty's epidemiology in developing countries and reinforce the importance of frailty for HRQoL, showing how fundamental it is to develop health policies that aim to avoid frailty development among older people. The results presented also contribute to the reflection of the role of social support arising from family relationships. Given the gender inequalities found, our findings can be used to identify the population's unmet health needs, including the recognition of trends, disparities, and health determinants.
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