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DissertationCopyright
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Sustainable Development Goals
01 Erradicação da pobreza10 Redução das desigualdades
16 Paz, Justiça e Instituições Eficazes
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TUBERCULOSE NAS POPULAÇÕES INDÍGENAS DE RONDÔNIA (1997-2006), AMAZÔNIA OCIDENTAL BRASIL: UMA ANÁLISE COM BASE NO SINAN
Saúde Indígena
Distrito Sanitário Especial Indígena
Índios Sul-Americanos
Sistemas de Informação em Saúde
Desigualdades em Saúde
Raça/Etnicidade
Indigenous Health
Special Indigenous Health Districts
South American Indians
System of Health Information
Health Disparity
Race/Ethnicity
Índios Sul-Americanos/etnologia
Sistemas de Informação
Desigualdades em Saúde
Distribuição por Raça ou Etnia
Sistemas Locais de Saúde
Tuberculose/etnologia
Tuberculose/epidemiologia
Tuberculose/prevenção & controle
Fatores Socioeconômicos
Coeficiente de Mortalidade
População Indígena
Sidon, Linconl Uchôa | Date Issued:
2009
Alternative title
Tuberculosis in indigenous populations of Rondônia (1997-2006), Western Amazon - Brazil: an analysis based on SINANAuthor
Advisor
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
A tuberculose (TB) permanece como um importante problema de saúde pública no Brasil,
especialmente nos povos indígenas da Região Amazônica, destacando-se os elevados coeficientes
de morbidade e mortalidade descritos entre os Suruí e Warí de Rondônia (RO). O presente estudo
analisou comparativamente, indicadores clínicos, epidemiológicos e operacionais da TB sobre os
casos indígenas e não-indígenas e entre os Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) de RO,
com base nos dados disponíveis no período de dez anos (1997-2006) junto ao Sistema de
Informação de Agravos de Notificação (SINAN) da Secretaria de Estado da Saúde (SESAU/RO).
A estratégia de identificação dos casos indígenas através de seus sobrenomes (etnias) contornou as
dificuldades relacionadas à ausência de preenchimento da variável raça/cor no SINAN/TB,
possibilitando que os indicadores utilizados fossem calculados entre indígenas e não-indígenas e
por DSEI (Porto Velho e Vilhena). No decênio foram analisados 6.407 casos, dos quais 6,5% (420)
foram reclassificados como indígenas e 93,5% agrupados como não-indígenas. Do total de casos
indígenas, 55,7% pertenciam ao DSEI Porto Velho e 44,3% do DSEI Vilhena, com destaque para a
elevada concentração de casos nas etnias Suruí, Warí e Karitiana. Os casos não-indígenas eram,
em sua maioria (80,0%), residentes de áreas urbanas do Estado, ao contrário dos indígenas que
provinham de áreas rurais (81,9%), especialmente os que pertenciam ao território do DSEI Vilhena
(91,4%). Sobre as formas de notificação, observou-se um elevado percentual de “casos novos”,
tanto nos indígenas (81,7%) como nos não-indígenas (83,2%), com destaque para o elevado
percentual de recidivas nos indígenas (12,6%) em relação aos não-indígenas (6,1%) durante o
período. Os registros se concentraram no sexo masculino (62,6%) em relação ao feminino (37,4%),
entretanto, com distribuições variadas entre os casos indígenas pertencentes aos DSEI. O
preenchimento da variável raça/cor não foi realizado em 53,3% das notificações durante o decênio,
com pequenas variações entre os casos indígenas e não-indígenas. Além disso, destacou-se o
elevado percentual de casos indígenas nas crianças menores de 15 anos (32,9%) em relação aos
não-indígenas (4,4%). A média de idade dos indígenas diagnosticados no decênio foi de 29,1 anos,
sendo até 16,4 anos abaixo da média estimada para os não-indígenas (38,8 anos), quando
comparadas às médias do DSEI Vilhena (22,4 anos). A realização dos procedimentos de
diagnóstico para a TB aumentou gradativamente no período analisado, no entanto, foi
significativamente menor nos indígenas em relação aos não-indígenas, inclusive quanto à qualidade
dos resultados. Por outro lado, o preenchimento de informações sobre o Tratamento Diretamente
Observado (DOTS) não foi suficientes tanto para os casos indígenas como para os não-indígenas.
Os indígenas apresentaram os melhores percentuais de cura, abandono e óbito em relação aos nãoindígenas durante o decênio. Nos não-indígenas constatou-se percentual de cura (67,6%) e
abandono (13,8%), não atingiram as metas do Programa Nacional de Controle da Tuberculose
(PNCT, 2004). Os coeficientes anuais de incidência reportados por indígenas e não-indígenas
apresentaram uma tendência de redução para o decênio, entretanto, o Coeficiente Médio de
Incidência (TB todas as formas) estimado para os indígenas (515,1/100.000 habitantes) foi
desproporcionalmente maior que para os não-indígenas (36,0/100.000 habitantes). O CMI descrito
para o DSEI Vilhena (313,5/100.000 habitantes) foi maior que o estimado para o DSEI Porto Velho
(254,4/100.000 habitantes), porém, o CMI gerado pelos casos Suruí foi de 1.254,0/100.000
habitantes, destacando a situação ocorrida em 2002, quando atingiu 2.116,6/100.000, o maior entre
os parâmetros disponíveis para RO e toda a Região Amazônica no período analisado. A média do
coeficiente de mortalidade para o período foi de 24,0/100.000 habitantes entre os indígenas,
enquanto que entre os não-indígenas correspondeu a 2,0/100.000. Apesar das limitações existentes,
os dados obtidos junto ao SINAN/TB/RO (1997-2006) mostraram-se úteis para a realização de
análises das desigualdades étnico-raciais em saúde. Os resultados deste estudo confirmam que os
indígenas parecem adoecer mais cedo e em maior proporção em relação aos não-indígenas. Este
estudo também reacende as discussões sobre a necessidade de ações específicas para o controle da
TB em grupos vulneráveis, devido o perfil clínico, epidemiológico e operacional que apresentam.
Abstract
Tuberculosis (TB) remains an important public health problem in Brazil, especially among
indigenous people of Rondônia - RO (Western Amazon - Brazil), for presenting one of the highest
levels of incidence in the country. This study sought to analyze the epidemiology of TB among the
indigenous and non-indigenous populations of RO, comparing the indicators, using data of reported
cases in the ten-year period (1997-2006), along with the Sistema de Informação de Agravos de
Notificação (SINAN - System of Reporting Aggravation Information) from Secretaria de Estado
da Saúde SESAU/RO – (State Secretary of Health/RO). The strategy used for the identification of
the cases outlined the difficulties observed by the inconsistency of the filling out of the
identification variable of race/color in SINAN/TB, observing that in Rondônia, in general, the
indigene’s surname is that which identifies the ethnic group to which he/she belongs to. During the
study period, 6.631 cases were reported from which 6.407 were analyzed. From this amount, 6,5%
(420) were classified as indigenes and 93,5% (5.987) as non-indigenes. In distribution by the
variable zone of residency, it was observed that 75,8% of all reported cases were located in the
urban area of the state. However, among the indigenes it was verified that 81,9% of the reports
were located in rural areas. In relation to the variable-type of entering in the system, the indigenes
corresponded to 81,7% of new cases, 12,6% of relapsing cases, 2,4% of post-desertion reentry,
1,9% of transferences and in 1,2% there was no defined situation. Among the classified as nonindigenous, the new cases consisted in 83,2% of the reports, the relapsing cases were 6,1%,
reentries were 4,7% and transferences were 4,8% and the non-informed cases about the type of
entry were 0,8%. According to the filling out of the variable race/color, it was observed that in
53,3% of the reported cases there was no information among the categories available in the system.
The complementary examination offers to TB diagnosis increased gradually during the period
analyzed, however, it was significantly lower to indigenes in comparison to non-indigenes. The
information on the instituted treatment regimens (DOTS) showed itself insufficient to grant the
quality of the monitoring service offered. Among the information on the outcome of the cases,
except for obits, the indigenous populations presented the best proportions in the possible closings.
The Average Incidence Coefficient (AIC) of TB (all forms) for the decade was 515,1/100.000
inhabitants among the indigenes, while among the non-indigenes it was 36,0/100.000, with
emphasis on the situation of DSEI Vilhena (313.5 per 100,000 inhabitants) and the cases Suruí
(1254.0 per 100,000), the largest of RO and the Amazon region for the period analyzed. The
average of the mortality coefficient in the analyzed decade was 24,0/100.000 inhabitants among the
indigenes, while it corresponded to 2,0/100.000 among the non-indigenes. Despite the existing
limitations, the TB morbidity data obtained by SINAN in RO, during the analyzed period, showed
themselves useful to the carrying out of epidemiological and operational analysis, observing some
of the aspects of ethnic-cultural disparity in health. The findings from this study attest that
indigenes seem to fall ill sooner and in bigger proportion in opposition to non-indigenes. This study
also rekindles the discussions on the necessity of specific actions to control TB among the firstconcern groups, since they present several epidemiological and operational nuances.
Keywords in Portuguese
TuberculoseSaúde Indígena
Distrito Sanitário Especial Indígena
Índios Sul-Americanos
Sistemas de Informação em Saúde
Desigualdades em Saúde
Raça/Etnicidade
Keywords
TuberculosisIndigenous Health
Special Indigenous Health Districts
South American Indians
System of Health Information
Health Disparity
Race/Ethnicity
DeCS
Saúde de Populações IndígenasÍndios Sul-Americanos/etnologia
Sistemas de Informação
Desigualdades em Saúde
Distribuição por Raça ou Etnia
Sistemas Locais de Saúde
Tuberculose/etnologia
Tuberculose/epidemiologia
Tuberculose/prevenção & controle
Fatores Socioeconômicos
Coeficiente de Mortalidade
População Indígena
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