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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/50688
ANÁLISE DA INTERAÇÃO ENTRE CÉLULAS-TRONCO E CÉLULAS ENDOTELIAIS PROGENITORAS EM ARCABOUÇOS DE POLI (ÁCIDO LÁTICO) (PLA) PARA APLICAÇÕES NA ENGENHARIA DE TECIDOS
Biagini, Giuliana | Date Issued:
2021
Author
Advisor
Co-advisor
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Carlos Chagas. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
A engenharia de tecidos é um ramo da medicina regenerativa e uma das suas abordagens se baseia no uso de biomateriais que podem ser combinados com células e outras moléculas bioativas para regenerar tecidos. Diferentes tipos celulares podem ser usados para estas aplicações, tais como células progenitoras e células-tronco. Os arcabouços de biomateriais podem ser maciços ou porosos e são utilizados para reproduzir a matriz extracelular, agindo como substrato e apoio físico para as células. Para escolher o material ideal é necessário considerar sua biocompatibilidade, biodegradabilidade e a presença de propriedades semelhantes às do tecido biológico. A quantidade, o tamanho, a interconectividade dos poros e a composição e topografia da superfície dos arcabouços também podem influenciar a resposta celular. A fim de entender como biomateriais e estruturas tridimensionais podem afetar o comportamento celular em cultivo, neste trabalho foram utilizados diferentes arcabouços de poli(ácido lático) (PLA) combinados com células-tronco mesenquimais (CTMs) e células CD133+ expandidas. As CTMs foram obtidas a partir de tecido adiposo humano e representam uma fonte de células ideal para uso na engenharia de tecidos devido a sua baixa imunogenicidade, sua atividade parácrina e sua capacidade de diferenciação. As células CD133+ expandidas foram derivadas do sangue de cordão umbilical humano e representam uma fonte de células endoteliais com capacidade angiogênica. Os arcabouços foram fabricados utilizando-se uma impressora 3D comercial. Foram prototipados dois modelos cúbicos com dimensões de 10 mm x 10 mm x 3 mm (LxCxA) com dois tamanhos de poros diferentes (1,27 ± 0,059 mm e 0,700 ± 0,023 mm) e também um modelo circular de diâmetro de 3 cm e sem poros. A análise por microscopia óptica e eletrônica demonstrou que os dois tipos celulares aderiram aos três modelos de arcabouços mantendo suas morfologias características. Por citometria de fluxo foram avaliados o ciclo celular, a atividade proliferativa e o perfil imunofenotípico das células. Em comparação a um cultivo 2D, a porcentagem de CTMs em G2 nos arcabouços porosos aumentou, enquanto a população de células CD133+ expandidas apresentou um atraso na evolução do ciclo com mais células na fase G1. Porém, no arcabouço não poroso, as CTMs não apresentaram alterações de ciclo celular e as células CD133+ expandidas tiveram apenas um aumento percentual em G2, sugerindo que o biomaterial em si não foi responsável por estimular a proliferação celular. As CTMs mantiveram seu perfil imunofenotípico indiferenciado, mas as células CD133+ expandidas apresentaram uma queda significativa do fator de von Willebrand (vWF). Essa variação não só afetou o potencial angiogênico dessas células, mas também a rede de vasos formada pelas células que mostrou-se menos complexa. Esses resultados indicam que a estrutura tridimensional e o biomaterial dos arcabouços afetaram de maneira distinta o comportamento dos dois tipos celulares avaliados e ressaltam a importância de se estudar como as células respondem a esses modelos de cultivo ao considerarmos o uso de células associadas a arcabouços de biomateriais para a engenharia de tecidos.
Abstract
Tissue engineering is a branch of regenerative medicine and one of its approaches is based on the combination of biomaterials, cells and other bioactive molecules to regenerate functional tissues. Different types of cells can be used in tissue engineering, such as progenitor and stem cells. Biomaterial scaffolds can be solid or porous and are used to reproduce the extracellular matrix acting as substrate and as physical support for cells. The ideal biomaterial is chosen based on its biocompatibility, biodegradability and properties that must be similar to the biological tissue. Other important factors that influence cells\2019 responses are the quantity, the size and the interconnectivity of the pores. To better understand how biomaterials and 3D structures affect cell behavior in culture we combined different 3D printed polylactic acid (PLA) scaffolds with MSCs and expanded CD133+ cells. MSCs were obtained from adipose tissue and represent an ideal source of cells for tissue engineering applications due to their low immunogenicity, paracrine activity and ability to differentiate. Expanded CD133+ cells were isolated from umbilical cord blood and represent a source of endothelial cells with angiogenic potential. Cubic and disc shaped scaffolds were fabricated using a commercial 3D printer. The cubic scaffolds measured 10 mm x 10 mm x 3 mm (LxWxH) and had pore sizes of 1,27 ± 0,059 mm and 0,700 ± 0,023 mm. The disc scaffold had a diameter of 3 cm and did not have pores. Fluorescence microscopy and scanning electron microscopy showed that both cell types had adhered on the scaffolds and maintained their characteristic morphologies. Cell cycle and immunophenotype profile were evaluated through flow cytometry. In comparison with a 2D culture, the percentage of MSCs in G2 phase of the cell cycle on the scaffolds was higher, whereas the CD133+ expanded cells population suffered a delay in the cell cycle, with a higher percentage of cells in G1. However, while the cell cycle of MSCs cultured on the PLA disc was comparable to a 2D culture, the percentage of CD133+ expanded cells on the G2 phase increased, suggesting that the biomaterial itself was not responsible for the alteration on the cell cycle. MSCs were able to maintain their undifferentiated prolife when cultured on the scaffolds, but the CD133+ expanded cells presented a reduction of the von Willebrand factor (vWF). This reduction not Only affected the cells\2019 angiogenic potential, but also the cells that were cultured on the 3D scaffolds formed a less complex network. These results indicate that the 3D environment and the biomaterial had different effects on different cell types. Furthermore, they reinforce the importance of studying how cells respond to 3D culture when considering the scaffold approach for tissue engineering.
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