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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/53263
A DOR E A DELÍCIA DE SER O QUE É: A FIBROMIALGIA E A DOR NA HISTÓRIA DAS DOENÇAS.
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Casa de Oswaldo Cruz. Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúde. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Fundação Oswaldo Cruz. Casa de Oswaldo Cruz. Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúde. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Fundação Oswaldo Cruz. Casa de Oswaldo Cruz. Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúde. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
O campo da história das doenças demonstrou que as enfermidades são ao mesmo tempo individuais e sociais. A dor, neste mesmo sentido, é individual e também aprendida socialmente. Cada cultura possui uma compreensão sobre as sensações dolorosas físicas que diferem no espaço e no tempo. Este artigo busca analisar o papel da dor e suas representações na fibromialgia, doença definida clinicamente nos últimos anos do século XX, a partir das definições médicas e das narrativas de pacientes presentes em diários virtuais (blogs). Percorremos algumas das definições e representações da dor ao longo do século XX. A dor era considerada um sintoma “salutar” no séc. XVIII, mas à medida que a cirurgia médica se desenvolve, sobretudo, com o desenvolvimento de substâncias analgésicas e da anestesia, questionou-se o papel da dor. Alguns médicos demonstraram como a dor pode reduzir a vida dos indivíduos a um “sinistro presente”. No contexto da década de 1980, com a fundação de instituições voltadas para elaborar pesquisa e ações para o enfrentamento da dor, a fibromialgia foi nominada pela medicina. A fibromialgia é uma doença que ainda está em processo de “enquadramento”, no sentido do conceito de C. Rosenberg, pois ainda suscita controvérsias no campo da saúde. A fibromialgia é uma doença que tem como principal sintoma uma dor intensa em pontos espalhados no corpo, porém os pacientes não têm inflamação (substrato anatômico). Tal doença está classificada no campo médico da reumatologia, no entanto, parece estar próxima ao campo da psiquiatria e/ou psicologia. Observamos que tanto pacientes (nos blogs) quanto o discurso médico sinalizam a depressão como um sintoma importante associado à fibromialgia. A doença relaciona-se com a produção de novas identidades.
Abstract
The field of disease history has shown that diseases are both individual and social. Pain, in this same sense, is individual and also socially learned. Each culture has an understanding of painful physical sensations that differ in space and time. This article seeks to analyze the role of pain and its representations in fibromyalgia, a disease clinically defined in the last years of the 20th century, based on medical definitions and patient narratives present in virtual diaries (blogs). We have gone through some of the definitions and representations of pain throughout the 20th century. Pain was considered a “healthy” symptom in the 19th century. XVIII, but as medical surgery develops, especially with the development of analgesic substances and anesthesia, the role of pain has been questioned. Some doctors have demonstrated how pain can reduce an individual's life to an "ominous present." In the context of the 1980s, with the foundation of institutions aimed at developing research and actions to cope with pain, fibromyalgia was named by medicine. Fibromyalgia is a disease that is still in the “framework” process, in the sense of C. Rosenberg's concept, as it still raises controversies in the health field. Fibromyalgia is a disease whose main symptom is intense pain in scattered points on the body, but patients do not have inflammation (anatomical substrate). Such a disease is classified in the medical field of rheumatology, however, it seems to be close to the field of psychiatry and/or psychology. We observed that
both patients (in blogs) and medical discourse flag depression as an important symptom associated with fibromyalgia. Illness is related to the production of new identities.
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