Matriz de indicadores ambientais e análise espacial de risco para transmissão da esquistossomose na cidade do Recife, Pernambuco

Abstract

Em Recife ainda não foi comprovada a transmissão da esquistossomose apesar de existirem registros de criadouros do caramujo Biomphalaria em vários bairros da cidade. Desse modo, o objetivo do trabalho foi analisar o risco potencial para transmissão da esquistossomose na cidade do Recife, Pernambuco. Estudo epidemiológico analítico, ecológico e transversal realizado em Recife com dados do inquérito malacológico e epidemiológico, do Sistema de Informação de Agravos de Notificação \2013 SINAN (2007-2017), Sistema de Informações sobre Mortalidade (2005 - 2013) e do IBGE. Utilizou-se a metodologia de avaliação de risco e o geoprocessamento. Construiu-se uma matriz de risco com as gradações: muito baixo, baixo, moderado, elevado e muito elevado, baseada na classificação das consequências de cada cenário junto à probabilidade de ocorrência pelo acréscimo/decréscimo da OR de cada variável modelada pela regressão logística. Identificaram-se 44 criadouros, 3.800 caramujos, 652 casos esquistossomóticos no SINAN e 297 óbitos pela doença. Do total de criadouros, 31,8% foram positivos para DNA de S. mansoni. Dos 23 bairros com criadouros, 6,82% foram classificados como risco \2018Baixo\2019, 13,64% \2018Moderado\2019, 15,9% \2018Elevado\2019, 63,64% \2018Muito Elevado\2019 e 31,8% com a presença de DNA de S. mansoni. A maior concentração de criadouros ocorreu no Distrito Sanitário IV (25%). Com a densidade de kernel da prevalência dos casos, observou-se 2 aglomerados de alto risco e 2 de médio risco. No SaTScan, foram identificados 3 aglomerados significativos. Na álgebra de mapas todos os bairros com alto risco para transmissão da parasitose apresentaram Biomphalaria positivo para S. mansoni. As ferramentas de geoprocessamento e a matriz de risco detectaram que Recife possui 4 Distritos Sanitários com maior risco de transmissão para a doença: III, IV, V e VIII. Tais achados poderão subsidiar a vigilância em saúde no planejamento e implementação de ações para o controle da esquistossomose (AU).