Avaliação do potencial leishmanicida e imunomodulador da Ximenia americana L. (Olacaceae) sobre células mononucleares de sangue periférico humano

Abstract

No Brasil a leishmaniose visceral trata-se de uma doença negligenciada causada pela Leishmania infantum. Para o tratamento da leishmaniose visceral o medicamento mais recomendado são os antimoniais pentavalentes, porém devido aos efeitos colaterais e alta citotoxicidade outras opções também estão sendo considerados na clínica, por isso necessidade de fármacos de origem vegetal é primordial, levando em consideração a sua aplicação na medicina tradicional, como é o exemplo da Ximenia americana. O objetivo deste estudo foi utilizar o extrato aquoso da casca de Ximenia americana. Para verificar a ação leishmanicida e imunomoduladora. Para tanto, o extrato aquoso da casca de X. americana L. foi avaliado através da Cromatografia de Camada Delgada (CCD), atividade antioxidante, capacidade leishmanicida em formas promastigotas de L. infantum, capacidade imunomoduladora e citotóxica. Além disso, foi realizada uma análise ultraestrutural das formas promastigotas de L. infantum tratadas com X. americana através da microscopia eletrônica de transmissão e varredura. O perfil fitoquímico realizado mostrou-se positivo para taninos hidrolisáveis e condensados, xantinas, compostos fenólicos, ligninas e terpenos. A avaliação da atividade biológica em formas promastigotas de L. infantum apresentou IC50 de 223.2 μg/mL e CC50 em células hepáticas 305.50 μg/mL apresentando Índice de Seletividade igual a 1.37. As células mononucleares de sangue periférico influenciaram no aumento da produção de óxido nítrico, assim como na produção de citocinas da resposta pro-inflamatória. A análise ultraestrutural mostrou danos que podem ser compatíveis com morte celular programada. Os resultados apresentados, confirmaram que o extrato aquoso da casca da X. americana exibiu uma atividade leishmanicida, imunomoduladora em células mononucleares de sangue periférico e com o perfil fitoquímico foi possível identificar as diferentes classes de metabólitos que podem justificar a sua atividade leishmanicida.