RADIS: Comunicação e Saúde, número 242, novembro

Abstract

O texto aborda com profundidade a questão da violência contra a mulher no Brasil, destacando números alarmantes e exemplos que evidenciam a gravidade do problema. Ele ressalta que o Brasil é um dos países mais perigosos para mulheres, com altas taxas de feminicídios, assédios, estupros, tráfico de mulheres para prostituição e violência obstétrica. Essas formas de violência são retratadas como parte de um processo histórico de desigualdade de gênero, silenciamento e desvalorização do corpo feminino, perpetuado até mesmo por lideranças políticas que proferem discursos misóginos e discriminatórios. O texto argumenta que combater essa violência passa pelo enfrentamento das desigualdades de gênero e pelo questionamento de crenças limitantes e estereotipadas. Destaca-se a importância de políticas públicas eficazes para coibir, punir e erradicar todas as formas de violência contra a mulher. A fala de Livia Merlem, coordenadora do Mapa do Acolhimento, enfatiza que "honra não é desculpa nem para agredir, nem para ofender, nem para violentar, nem para matar", reforçando a necessidade de mudar a cultura de culpabilização da vítima. Além disso, o texto inclui uma reflexão sobre a entrevista com a médica sanitarista Lucia Souto, presidente do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes). Lucia falou sobre a importância histórica da Reforma Sanitária e da Oitava Conferência Nacional de Saúde na criação do Sistema Único de Saúde (SUS), destacando a importância da participação social na formulação de políticas públicas de saúde. Por fim, o texto aborda a questão da contaminação pelo benzeno, um problema de saúde pública no Brasil. A extinção da Comissão Nacional Permanente do Benzeno pelo governo Bolsonaro é criticada por ter comprometido o controle sobre o risco de exposição ao benzeno para trabalhadores e para o meio ambiente. Especialistas lamentam essa decisão, que ignora a ciência e o conhecimento técnico, prejudicando a saúde dos brasileiros. O texto conclui com uma crítica ao governo Bolsonaro por suas decisões que desconsideram a ciência e o conhecimento especializado, comprometendo a saúde pública e perpetuando desigualdades e injustiças na sociedade brasileira.