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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/55967
PAPEL DOS CORPÚSCULOS LIPÍDICOS NA RESPOSTA ANTIBACTERIANA
Dutra, Filipe Santos Pereira | Date Issued:
2020
Author
Advisor
Comittee Member
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
A sepse é uma disfunção orgânica ameaçadora à vida, secundária à resposta desregulada do organismo à infecção. Estudos recentes indicam que a reprogramação do metabolismo lipídico é crucial para sobrevivência à sepse bacteriana, desempenhando papéis centrais, tanto no combate à infecção sistêmica como na manutenção do suporte das funções vitais. No nível intracelular, o aumento da biogênese de corpúsculo lipídicos (CLs) foi demonstrado em pacientes sépticos e em modelos experimentais de sepse. CLs são organelas dinâmicas e complexas que fornecem a todas as células eucarióticas substratos lipídicos. Apesar de diversos patógenos estimularem a biossíntese dessa organela como parte de suas estratégias de evasão do sistema imune ou para a obtenção de uma fonte de energia e nutrientes, muitos detalhes sobre a interação patógeno / CLs ainda são desconhecidos. Resultados recentes vêm demonstrando uma outra face desta interação patógeno-hospedeiro, indicando que os CL podem também participar ativamente na resposta pró-hospedeiro, inclusive apresentando atividade antibacteriana em drosophilas. No entanto, a participação de CLs na atividade antibacteriana não foi explorada em mamíferos. Nosso objetivo neste trabalho foi analisar a participação dos CLs na resposta antibacteriana. Para isso foram realizados experimentos in vitro, em macrófagos estimulados com E. coli e, experimentos in vivo no modelo de sepse experimental induzido pela ligação cecal e perfuração (CLP). Nossos dados mostram que a modulação da quantidade dessa organela afeta a capacidade de killing dos macrofagos frente à E. coli. Além de elevar o número de bacterias viáveis intracelulares, a redução do acúmulo de CL em macrófagos é acompanhada pela redução da produção de PGE2, lactato e óxido nitrico. Esses achados in vitro foram corroborados in vivo no modelo de CLP. Observamos que a inibição da biogênese de CLs nos leucócitos peritoneais resulta no aumento da carga bacteriana tanto local como sistêmica. Diferente do observado in vitro, nesse modelo nós observamos que a inibição da biogenese de CL afetou principalmente a quantidade dos mediadores inflamatórios do eixo LTB4/IL-6 no início da infecção. Além disso, nós observamos que os CLs hepáticos induzidos pela sepse atuam na resposta antibacteriana autonôma das células, apresentando uma atividade antibacteriana direta, principalmente devido ao seu conteúdo proteico. Nesse contexto. diferente ao observado em Drosophila, os CLs não compartimentalizam histonas. Em vez disso, observamos a presença de catelicidina e HMGB-1 (High mobility group Box-1), duas proteinas antibacterianas nos CL, juntamente com a viperina, uma proteina antiviral, sugerindo que essa organela seja central na resposta pró-hospedeiro das células. Em conjunto, nossos dados destacam que os CLs são centrais na resposta imune inata frente a infecções por bactérias extracelulares em mamíferos
Abstract
Sepsis is a life-threatening organ dysfunction caused by a dysregulated host response to infection. Recent studies indicate that lipid metabolism reprogramming is crucial for the survival of bacterial sepsis, playing central roles both in systemic infection control and in the maintenance of support of vital functions. At the intracellular level, the increased lipid droplet (LDs) biogenesis has been demonstrated in septic patients and experimental models of sepsis. LDs are dynamic and complex organelles that provide all eukaryotic cells with lipid substrates. Although several pathogens stimulate the biosynthesis of this organelle as part of their strategies to evade the immune system or to obtain a source of energy and nutrients, many details about the pathogen / LDs interaction are still unknown. Recent results have shown another side of this pathogen-host interaction, indicating that LD can also participate actively in the pro-host response, including showing antibacterial activity in drosophilas. However, the participation of LDs in antibacterial activity was not explored in mammals. Our objective in this work was to analyze the participation of LDs in the antibacterial response. For that, so many experiments were carried out in vitro, with macrophages infected with E. coli, as in vivo experiments in the experimental sepsis model induced by the cecal connection and perforation (CLP). Our data show that modulation of the amount of this organelle affects the killing capacity of macrophages. In addition to increasing the number of viable intracellular bacteria, the reduction in LD accumulation in macrophages is accompanied by a decrease in the synthesis of PGE2, lactate, and nitric oxide. These in vitro findings have collaborated in vivo on the CLP model. We observed that the inhibition of LD biogenesis in peritoneal leukocytes results in increased both local and systemic bacterial load. Unlike in vitro, in this model, we observed that the inhibition of LD biogenesis mainly affected of inflammatory mediators of the LTB4 / IL-6 axis at the beginning of the infection. Also, we observed that hepatic LDs induced by sepsis act on the autonomous antibacterial response of cells, presenting a direct antibacterial activity, mainly due to their protein content. Different from Drosophila, mammals LDs do not compartmentalize histones. Instead, we observed the presence of cathelicidin and HMGB-1 (High mobility group Box-1), two antibacterial proteins on LD, together with viperine, an antiviral protein, suggesting that this organelle is central to the autonomous pro-host response of cells. Together, our data highlight that LDs are also central to the innate immune response to infections by extracelular bacterial in mammals
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