Please use this identifier to cite or link to this item:
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/56425
Type
DissertationCopyright
Open access
Sustainable Development Goals
03 Saúde e Bem-Estar09 Indústria, inovação e infraestrutura
10 Redução das desigualdades
Collections
Metadata
Show full item record
SAÚDE A QUE PREÇO? CONTRIBUIÇÕES DA EXPERIÊNCIA INTERNACIONAL PARA UNIVERSALIZAÇÃO DO ACESSO E CONTROLE DA HEPATITE C NO BRASIL
Inovação
Saúde pública
Economia da saúde
Políticas
Planejamento e gestão em saúde
Innovation
Public health
Health economics
Health policy
Planning and management
Acesso a medicamentos
Economia e organizações de saúde
Inovação
Planejamento em saúde
Política de saúde
Saúde pública
Rezende, Claudio Campos da Cunha | Date Issued:
2021
Advisor
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional da Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
Introdução – A hepatite C representa uma das maiores ameaças à saúde pública no Brasil e no mundo. Depois de anos de luta, organizações de defesa dos pacientes conseguiram incluir a eliminação da doença entre os objetivos de desenvolvimento sustentável da Agenda 2030. Nesse ínterim, surgiram novos e eficazes antivirais para o tratamento da doença, que representam a chance de cura para mais de 70 milhões de pessoas ao redor do mundo. Entretanto, os elevados preços do monopólio garantido por patentes têm impedido a universalização do tratamento no Brasil e em diversos países, colocando em risco o controle da doença e a sustentabilidade dos sistemas de saúde. Objetivos – Sistematizar experiências internacionais, procurando identificar estratégias de superação das barreiras de acesso ao tratamento da hepatite C com antivirais de ação direta de segunda geração. Registrar os distintos contextos e atores sociais envolvidos com as restrições e garantias ao acesso. Verificar o desempenho do Brasil e demais países analisados quanto às metas de eliminação da doença. Métodos – Revisão integrativa da literatura, seguida de estudo de casos em perspectiva comparada entre Brasil, Austrália, China, Egito, Índia, Malásia e Rússia.
Resultados – A alternativa de manutenção de elevados preços monopolizados no Brasil, conjugada com fontes adicionais de financiamento, mostrou-se inviável. A licença compulsória foi eficaz para inclusão da Malásia nos territórios de licenças voluntárias das originadoras e acesso a genéricos mais baratos. A centralização das aquisições e a produção local de antivirais genéricos mostraram-se eficazes para redução de preços em todos os países selecionados que as adotaram. Brasil, China e Rússia continuaram pagando preços elevados em 2020. Quanto ao desempenho para eliminação da doença, estima-se que somente Austrália e Egito chegarão a 2030 com as metas de diagnósticos e de tratamentos alcançadas, enquanto Brasil e demais países analisados só conseguirão alcançá-las após 2051. Sobre as metas de prevenção, estima-se que todos os países analisados alcançarão até 2030 as metas de transfusões sanguíneas seguras e de injetáveis seguros, mas somente Austrália e China conseguirão atingir e manter a meta de 300 agulhas e seringas por ano para usuários de drogas injetáveis. Em relação às duas principais metas, de mortalidade e de incidência, somente Austrália e Egito teriam alcançado ambas antecipadamente, com chances, embora remotas, de que o Brasil as alcance em 2042.
Conclusão – Sem diagnósticos, a manutenção do atual cenário monopolista não possibilitaria, sequer, tratar a subdimensionada estimativa oficial de meio milhão de brasileiros infectados até 2030. Portanto, a retomada da produção local e a quebra do monopólio seriam imperativos para universalização do acesso ao tratamento e controle da doença, mas dependeriam de alguma redução na assimetria de poder do Brasil frente às corporações farmacêuticas transnacionais e seus países de origem. Nesse sentido, propõe-se adesão do Brasil à parceria público-privada Hepatitis C Pact, arranjo que integraria em rede o governo e diversos atores em uma resposta “transnacional” de saúde pública para o controle da hepatite C.
Abstract
Introduction – Hepatitis C represents one of the greatest threats to public health in Brazil and in the world. After years of struggle, patient advocacy organizations have managed to include the elimination of the disease among the sustainable development goals of the 2030 Agenda. In the meantime, new and effective antivirals have emerged for the treatment of the disease, which represent a chance of cure for more than 70 million people around the world. However, the high prices of the monopoly guaranteed by patents have prevented the universalization of treatment in Brazil and in several countries, putting at risk the control of the disease and the sustainability of health systems. Objectives – Systematize international experiences, seeking to identify strategies to overcome barriers to access treatment for hepatitis C with second generation direct-acting antivirals. Register the different contexts and social actors involved with restrictions and guarantees of access. Check the performance of Brazil and other countries analyzed regarding the disease elimination goals. Methods – Integrative literature review, followed by case studies in comparative perspective between Brazil, Australia, China, Egypt, India, Malaysia and Russia.
Results – The alternative of maintaining high monopolized prices in Brazil, combined with additional sources of financing, proved to be unfeasible. The compulsory license was effective for including Malaysia in the territories of voluntary licenses from originators and access to cheaper generics. The centralization of purchases and local production of generic antivirals proved to be effective in reducing prices in all selected countries that adopted them. Brazil, China and Russia continued to pay high prices in 2020. As for the performance to eliminate the disease, it is estimated that only Australia and Egypt will reach 2030 with the diagnosis and treatment goals achieved, while Brazil and other countries analyzed will only be able to achieve them after 2051. Regarding prevention goals, it is estimated that all analyzed countries will reach by 2030 the goals of safe blood transfusions and safe injectables, but only Australia and China will be able to reach and maintain the goal of 300 needles and syringes per year for injecting drug users. Regarding the two main goals, mortality and incidence, only Australia and Egypt would have achieved both in advance, with chances, although remote, that Brazil will reach them by 2042.
Conclusion - Without diagnoses, the maintenance of the current monopolistic scenario it would not even make it possible to treat the undersized official estimate of half a million Brazilians infected by 2030. Therefore, the resumption of local production and the breaking of the monopoly would be imperative for universal access to treatment and control of the disease but would depend on some reduction in the Brazil’s power asymmetry vis-à-vis transnational pharmaceutical corporations and their countries of origin. In this sense, it is proposed that Brazil join the public-private partnership Hepatitis C Pact, an arrangement that would integrate a network between the government and various actors in a “transnational” public health response for the control of hepatitis C.
Keywords in Portuguese
Acesso a medicamentosInovação
Saúde pública
Economia da saúde
Políticas
Planejamento e gestão em saúde
Keywords
Access to medicinesInnovation
Public health
Health economics
Health policy
Planning and management
DeCS
Hepatite CAcesso a medicamentos
Economia e organizações de saúde
Inovação
Planejamento em saúde
Política de saúde
Saúde pública
Share