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Type
DissertationCopyright
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Sustainable Development Goals
05 Igualdade de gêneroCollections
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ESCRAVIDÃO E MATERNIDADE: UMA ANÁLISE DOS DISCURSOS MÉDICOS SOBRE AS MÃES ESCRAVIZADAS NO RIO DE JANEIRO (1871-1888)
Escravidão
Ventre Livre
Gênero
Medicina
Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro
Teses Médicas
Raça
Império
Rio de Janeiro
Faculty of Medicine of Rio de Janeiro
Mattos, Letícia Maria da Silva | Date Issued:
2022
Advisor
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Casa de Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
Nas última décadas antes da abolição, a cidade do Rio de Janeiro contou com a presença de mulheres escravizadas nas funções de amas de leite, lavadeiras, mucamas, costureiras, vendedoras, que eram mães de filhos cativos e “ingênuos”. A partir da Lei do Ventre Livre (1871), a maternidade dessas mulheres ganhou novas dimensões no debate público, catalisando forças para o movimento abolicionista, e aumentando a pressão para a abolição. Nesse período, marcado pela tentativa de institucionalização do saber médico, pela entrada das teorias raciais no Brasil e pelo aumento do estudo sobre o corpo feminino, a maternidade das mulheres burguesas foi defendida por médicos e intelectuais, como um dever social que determinaria os rumos nacionais. Assim, esse trabalho tem como principal objetivo, mostrar como, num ambiente marcado pelo racismo, pela escravidão e pelos discursos de gênero, os médicos e estudantes de medicina fabricaram e difundiram imagens ambíguas sobre a maternidade das mulheres escravizadas, nas quais essas foram retratadas em oposição às mulheres brancas, em discursos que, ora destacavam a “animalização” e a “inferioridade” de seus corpos, ora as exaltavam como mães amorosas. O período de análise é de 1871 a 1888, com foco na época de desenvolvimento da “Lei do Ventre Livre” (1871), período de circulação das ideias de gênero e maternidade nos espaços políticos. As principais fontes utilizadas são as teses médicas da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro (FMRJ)
Abstract
In the last decades before abolition, the city of Rio de Janeiro had the presence of enslaved women in the roles of wet nurses, washerwomen, maids, seamstresses, saleswomen, who were mothers of enslaved children and “ingênuos”. From the Free Womb Law (1871), the motherhood of these women gained new dimensions in the public debate, catalyzing forces for the abolitionist movement, and increasing the pressure for abolition. In this period, marked by the attempt to institutionalize medical knowledge, the entry of racial theories in Brazil and the increase in the study of the female body, the motherhood of bourgeois women was defended by doctors and intellectuals as a social duty that would determine national directions. Thus, the main objective of this work is to show how in an environment marked by racism, slavery and gender discourses, doctors and medical students manufactured and disseminated ambiguous images about the motherhood of enslaved women, in which they were portrayed, in opposition to white women, in speeches that sometimes highlighted the “animalization” and the “inferiority” of their bodies, sometimes exalted them as loving mothers. The period of analysis is from 1871 to 1888, focusing on the period of development of the "Free Womb Law" (1871), period of circulation of ideas of gender and motherhood in political spaces. The sources used are medical theses from the Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro (FMRJ)
Keywords in Portuguese
MaternidadeEscravidão
Ventre Livre
Gênero
Medicina
Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro
Teses Médicas
Raça
Império
Rio de Janeiro
Faculty of Medicine of Rio de Janeiro
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