Violências e Covid 19 no município do Rio de Janeiro: saúde e vulnerabilidade feminina em meio à pandemia

Abstract

O município do Rio de Jsaneiro é reconhecido não apenas por suas belezas naturais e monumentos que fazem dele uma maravilha aos olhos do mundo, mas também pela violência que assola a população nos diferentes territórios da cidade. É necessário pontuar ainda a precarização dos serviços de saúde pública no município, principalmente no que se refere à Atenção Primária em Saúde (APS), na gestão que comandou a cidade nos anos anteriores à pandemia de COVID-1. Assim, a falta de governança em saúde pública diante da pandemia fez com que o Rio de Janeiro ocupasse, na primeira onda, o posto de cidade com maior taxa de letalidade no Brasil e uma das maiores do mundo - 10,7% frente a 3,7% e 3,3% respectivamente, em agosto/2020. Imersa em um contexto de crise sanitária, econômica e social, a cidade trouxe para os órgãos públicos, de defesa de direitos humanos e da mulher, uma preocupação urgente em tempos de isolamento: a violência contra a mulher. Esta dissertação teve por objetivo avaliar as ações implementadas para minimizar a violência em geral e contra a mulher e analisar a relação entre a morbimortalidade por COVID-19 e as violências nas diferentes zonas do município do Rio de Janeiro. O estudo utilizou duas abordagens metodológicas. A primeira, de caráter qualitativo (análise documental), visou conhecer as ações governamentais realizadas pelas gestões municipal, estadual e federal no tocante ao enfrentamento à violência contra as mulheres durante a pandemia do SARS-CoV-2 no município do Rio de Janeiro. A segunda abordagem metodológica é quantitativa e visou conhecer o perfil socioeconômico da população afetada tanto pela pandemia quanto pela violência, além de dados epidemiológicos do território, identificando a relação entre as taxas de morbidade por COVID-19 e violência. Área de estudo é o município do Rio de Janeiro (162 bairros).