RADIS: Comunicação e Saúde, número 251, agosto

Abstract

O primeiro debate da 17ª Conferência Nacional de Saúde foi marcado pela vibrante presença de ativistas LGBTQIAPN+ e outras vozes minorizadas, que clamaram por mais equidade na saúde e representatividade nas políticas públicas. Alícia Krüger, farmacêutica, sanitarista e ativista trans, fez um discurso poderoso sobre as discriminações enfrentadas por pessoas trans e a necessidade de ampliar a diversidade e inclusão nas políticas de saúde. Michely Ribeiro, representante das mulheres negras, destacou a importância da implantação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra e afirmou que a democracia deve colocar as mulheres negras como protagonistas do processo de mudança. A proposta de uma Política Nacional de Comunicação Pública do SUS também foi discutida, evidenciando a conexão entre direito à saúde e direito à comunicação. Essa diretriz foi aprovada como prioritária pela conferência, mostrando o reconhecimento da importância da comunicação para o fortalecimento do SUS. O grupo das pessoas com deficiência (PCD) também teve sua representatividade reconhecida, com Vitória Bernardes, conselheira nacional de saúde, destacando a necessidade de políticas inclusivas e a máxima "nada sobre nós sem nós". A conferência reuniu mais de 6 mil pessoas, com destaque para os debates nos grupos de trabalho e na Plenária Final, onde propostas em prol da equidade no SUS foram aprovadas por ampla maioria. O apoio à permanência da ministra da Saúde, Nísia Trindade, e a rejeição à privatização do SUS foram manifestados com entusiasmo. Sonia Fleury, pesquisadora influente, ressaltou a importância da conferência como um espaço de renovação das lideranças e de evidência da diversidade do movimento da Reforma Sanitária Brasileira. A 17ª Conferência Nacional de Saúde será lembrada como um marco na luta pela equidade e pelos direitos humanos no Brasil.