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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/61106
A METAMORFOSE DAS “COMUNIDADES TERAPÊUTICAS” NO BRASIL: UM ESTUDO DAS PRÁTICAS DISCURSIVAS E DAS POLÍTICAS DE ATENÇÃO AOS USUÁRIOS DE ÁLCOOL E DROGAS
Saúde Mental
Política Pública
Drogas Ilícitas
Serviços de Saúde Mental
Tortura
Condições de Trabalho
Redução do Dano
Síndrome de Abstinência a Substâncias
Estudos de Avaliação como Assunto
Araujo, Amanda Milani de Oliveira | Date Issued:
2023
Alternative title
The metamorphosis of “therapeutic communities” in Brazil: a study of discursive practices and policies of attention to alcohol and drug usersAffilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
As instituições denominadas “Comunidades Terapêuticas” representam hoje um formato distinto de sua concepção original. Com forte representatividade no processo de Reforma Psiquiátrica inglesa, a Comunidade Terapêutica com Maxwell Jones teve grande importância num processo de reformulação da política e dos serviços de saúde mental não apenas na Inglaterra, como também experiências posteriores, inclusive no Brasil. Ao longo do tempo, a utilização do termo passou por modificações semânticas significativas, desnudando práticas discursivas e disputas de poderes hegemônicos no campo da saúde mental, atenção psicossocial álcool e outras drogas. Atualmente, as “comunidades terapêuticas” representam uma forma de abordagem às questões relativas à atenção aos usuários de álcool e outras drogas que mantem atuações manicomiais no encadeamento deste tema. No que este se refere às circunscrições sobre o significado da utilização do termo “Comunidade Terapêutica”, atualmente é mantida em um distanciamento dos pressupostos de um movimento de reforma de perspectivas predominantes que influenciam historicamente uma abordagem “terapêutica” sobre o sofrimento humano, sobretudo sua relação com o uso prejudicial de substâncias psicoativas. A violação de direitos humanos fundamentais, a moralização do discurso e das práticas de cuidado a estes sujeitos, bem como a manutenção de encarceramento de corpos e subjetividades tornam-se presente dentro de um escopo social e cultural diante da temática do álcool e outras drogas que é circunscrita pelo discurso proibicionista e punitivista da “guerra às drogas”, com atuação antagônica aos princípios do cuidado em liberdade, em comunidade, e em um conjunto de ações redutoras de danos. Neste caso, interessa a evidenciação das práticas discursivas e disputas de poderes hegemônicos que funcionam como força mantenedora de formas de funcionamento e sustentam hegemonicamente relações de poder que destinaram as “Comunidades Terapêuticas” a uma metamorfose que revela um funcionamento mercadológico que promete assistência a pessoas em sofrimento psicossocial em relação prejudicial de substancias psicoativas pautado na violência, no discurso moral e religioso, que desencadeia um estado de suspensão direitos humanos fundamentais mantidos sob o financiamento do Estado.
Abstract
The “Therapeutic Communities” institutions today represent a format distinct from their original conception. With a strong representation in the English Psychiatric Reform process, the Therapeutic Community with Maxwell Jones had great importance in the process of reformulation of mental health policy and services not only in England, but also in subsequent experiences, including in Brazil. Over time, the use of the term has undergone significant semantic changes, denuding discursive practices and disputes of hegemonic powers in the field of mental health, psychosocial care alcohol, and other drugs. Currently, the "therapeutic communities" represent a way of addressing issues related to the care of users of alcohol and other drugs that maintain asylum actions in the chain of this theme. With regard to the circumscriptions on the meaning of the use of the term "Therapeutic Community", it is currently maintained at a distance from the assumptions of a movement of reform of predominant perspectives that historically influence a "therapeutic" approach to human suffering, especially its relationship with the harmful use of psychoactive substances. The violation of fundamental human rights, the moralization of discourse and care practices for these subjects, as well as the maintenance of imprisonment of bodies and subjectivities, become present within a social and cultural scope in the face of the theme of alcohol and other drugs that is circumscribed by the prohibitionist and punitivist discourse of the “war on drugs”, with an act antagonistic to the principles of care in freedom, in community, and in a set of harm-reducing actions. In this case, it is interesting to highlight the discursive practices and disputes of hegemonic powers that function as a sustaining force of forms of functioning and hegemonically sustain power relations that destined the “Therapeutic Communities” to a metamorphosis that reveals a market functioning that promises assistance to people in psychosocial suffering in a harmful relationship of psychoactive substances based on violence, moral and religious discourse, which triggers a state of suspension of fundamental human rights maintained under state financing.
DeCS
Comunidade TerapêuticaSaúde Mental
Política Pública
Drogas Ilícitas
Serviços de Saúde Mental
Tortura
Condições de Trabalho
Redução do Dano
Síndrome de Abstinência a Substâncias
Estudos de Avaliação como Assunto
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