Rompendo com a produção de uma "doença que não dói": a experiência de alfabetização em Nova Holanda

Abstract

Analisa um processo de aproximação entre Escola e Serviço de Saúde na Comunidade Nova Holanda, Rio de Janeiro, em torno da questão da dificuldade de aprendizagem produzida no fracasso escolar. Contudo, esta reflexão não se reduz ao mero relato de uma experiência tradicional de integração institucional que limita a ação da unidade de saúde, ao diagnóstico de crianças consideradas como incapacitadas. Ao contrário, no trabalho comunitário apresentado como base fundamental deste estudo, a dificuldade de aprendizagem é percebida enquanto produto das formas como a escola se organiza e contribui no processo das relações sociais de produção capitalista. Partindo desta discussão teórica, o trabalho analisa inicialmente como se processa o movimento de seletividade da escola e a sua relação com os serviços de saúde no Município do Rio de Janeiro. Discute com detalhe a situação dos alunos repetentes considerados especiais, caso em que o processo se torna mais agudo, contribuindo para uma melhor compreensão da experiência de alfabetização dirigida à alunos das classes de ensino especial. Conclui com uma discussão da relação entre o profissional de saúde e a escola, bem como a necessidade de construção de novos caminhos.