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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/61521
FATORES PROGNÓSTICOS DE LETALIDADE HOSPITALAR POR DIARRÉIA OU PNEUMONIA: UM ESTUDO DE CASOS E CONTROLES
Post, Cora Luiza Araujo | Date Issued:
1990
Alternative title
Prognostic factors of hospital fatality case from diarrhea or pneumonia: a case-control studyAuthor
Advisor
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
Diversos estudos sobre mortalidade infantil têm dado a conhecer alguns de seus aspectos importantes tais como, causa básica, distribuição etária, estrato social mais atingido, tendências temporais, etc. Particularmente a diarréia e pneumonia são doenças comuns na população de menores de um ano de idade, para as quais se dispões de medidas terapêuticas relativamente simples propiciando um prognóstico favorável. Entretanto, a mortaliade infantil por essas causas é ainda relativamente alta, variando marcadamente de acordo com o "status" sócio-econômico da família da criança. Dentre as crianças hospitalizadas por diarréia ou pneumonia, doenças para as quais inexistem obstáculos técnicos de tratamento, algumas se recuperam enquanto outras cursam para o óbito. Com o objetivo de investigar as características das crianças que morreram (casos) e daquelas que foram internadas pelas mesmas causas e sobreviveram (controles), esudou-se os seguintes grupos variáveis: condições sócio-econômicas, ambientais e biológicas, antropométricas, tempo de amamentação e utilização dos serviços de saúde. Foram incluidos no estudo amostra dos óbitos devido à diarréia ou pneumonia entre crianças hospitalizadas, residentes em nove municípios da Região Metropolitana do Rio de Janeiro e excluidos outros seis, considerados de difícil acesso. Os casos foram emparelhados aos casos segundo a causa básica de óbito, idade e local de hospitalização. As informações sobre casos e controles foram coletadas de registros hospitalares e entrevistas domiciliares. Importantes perdas ococrreram nas últimas: 40% entre os casos e 50% entre não foram localizados. Não foram encontradas diferenças significativas entre os casos feitos e perdidos em termos de idade, sexo e área de residência. Usou-se a Regressão Logística não-condicional para o cálculo dos "odds ratios" e dos intervalos de confiança a 95% para a estimativa dos riscos relativos em relação aos fatores prognósticos. Casos e controles apresentaram semelhança em relação à características sócio-econômicas e ambientais, encontrando-se associação significativa apenas para a ocupação da mãe e número de moradores por cômodo entre as crianças com diarréia; e, exclusivamente, para o número de moradores por cômodo para aquelas com pneumonia. A prematuridade, baixo peso ao nascer, déficit peso/idade, presença de edema e mau estado geral na hospitalização constituiram-se fatores prognósticos de letalidade hospitalar. Para as variáveis antropométricas, não foi possível concluir com segurança se o aumento na letalidade esteve linear ou não-linearmente ("threshold") associado com o déficit nutricional. O tempo de duração do aleitamento materno esteve associado, apenas, à letalidade das crianças com pneumonia. A letalidade foi maior entre crianças com diarréia que apresentaram uma ou mais internações prévias. O mesmo não ocorreu entre aquelas com pneumonia. Considerando-se o marco teórico esperar-se-ia que: 1. as crianças hospitalizadas fossem de baixo nível sócio-econômico; 2. apesar da homogeneidade persistissem alguns diferenciais sócio-econômicos na letalidade: as crianças mais "pobres" entre as "pobres" norreriam mais; 3. as variáveis biológicas como estado nutricional, prematuridade, etc. (também determinadas pela condição sócio-econômica) estivessem fortemente associadas com letalidade hospitalar. Os resultados deste estudo confirmaram os pontos 1 e 3 citados anteriormente. Os fatores sócio-econômicos não foram importantes para o prognóstico de crianças hospitalizadas, refutando portanto, o ponto 2. Algumas das diferenças esperadas não foram detectadas, talvez em razão do tamanho da amostra, resultante da magnitude das perdas, tornando-se insuficiente para revelar pequenas diferenças. Esse estudo sugere que as condições biológicas das crianças com diarréia e pneumonia, são importantes fatores prognósticos de letalidade hospitalar o que está de acordo com o marco teórico, segundo o qual tais características são fundamentalmente determinadas pelo "status" sócio-econômico da família.
Abstract
Several studies of infant mortality have provided important information on the underlying causes of death, age distribution, social differentials, time trend, etc. In particular, diarrhea and pneumonia are common diseases in children aged under one year, for which there are simple therapeutic measures. However, infant mortality due to these diseases is still very high, varying markedly according to socioeconomic status. Among children hospitalized due diarrhea or pneumonia and, therefore, receiving medical attention, some become better, while others die. The objective of this study was to investige the characteristics of children who died (cases) and of those who were hospitalized with diarrhea or pneumonia, but survived (controls). The following groups or variables were studied: socioeconomic, environmental and biological conditions, nutritional status, breast-feeding and health services utilization. Cases were a random sample of deaths due to diarrhea or pneumonia among hospitalized children, resident in the Rio de Janeiro Metropolitan Region. For each case a control was selected, matched for age and hospital, who had been hospitalized for the same cause as that of the case's death. Information on cases and controls was collected from hospital records and through home interviews. Important losses accurred in the latter: 40% of cases and 50% of controls were not interviewed. There were no significant differences between cases who were included and those who were not, in terms of age, sex or place of residence. To estimate relative risks of prognostic factors unconditional Logistic Regression was used to calculate the odds ratios and their 95% confidence intervals. Cases and controls were similar in relation to most socioeconomic and environmental characteristics, with significant associations only for mother's ocuppation and crowding among children with diarrhea; and for crowding for those with pneumonia. Prematurity, low birth weight, weight/age deficit, presence of edema and poor general status at hiospital admission were prognostic factors for hospital case-fatality. In relation to the anthropometric variables, it was not possible to conclude for certain wheter the increased case-fatality was linearly or non-linearly (threshold) associated with nutritional deficit. The duration of breast-feeding was only associated with case-fatality for pneumonia. Case-fatality was greater among children with diarrhea who had one or more previous hospital admission. This was not so for those with pneumonia. In terms of a conceptual framework one might except that: 1. hospitalized children would belong to families of low socioeconomic level; 2. in spite of this homogeneity, some socioeconomic differences in case-fatality would persist: the "poorest" children among the "poor" would be more likely to die; 3. biological variables such as nutritional status, prematurity, etc (also determined by socioeconomic conditions) would be strongly associated with hospital case-fatality. The results os this study confirmed points 1 and 3 above. However, socioeconomic factors were not important for the prognosis of children admitted to hospital with diarrhea or pneumonia, refuting point 2. Some of the expected risk factor associations were not detected, maybe due to the small sample size (resulting from the high losses) which was not sufficiente for showing smal differences. In this study the biological conditions of children with diarrhea or pneumonia appeared to be the important prognostic factors for hospital case-fatality. Some of the expected differences were not detected, maybe due the small sample size resulting from the high losses, which was not sufficient for showing small differences.
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