COVID-19: avaliação dos riscos de infecção dos profissionais de saúde da atenção primária em seu ambiente de trabalho, no município de Santa Quitéria, Ceará

Abstract

A Atenção Primária em Saúde (APS) é considerada o componente da saúde mais abrangente, uma vez que se articula com diversos níveis de atenção, além de oferecer acesso eficiente a esses setores. Desta forma, é essencial que, no contexto da pandemia, seja reconhecida enquanto protagonista, entretanto, é também essencial, a preocupação com a saúde dos seus profissionais, uma vez que apresentam um maior risco de infecção por estarem na linha de frente da pandemia da COVID-19. Este estudo objetiva analisar os riscos de infecção pelo SARS-CoV-2, dos profissionais da APS, em seu ambiente de trabalho, no município de Santa Quitéria, Ceará, no período de 2020 a 2022. O objetivo foi alcançado por meio da aplicação de um questionário validado pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). Trata-se de um estudo transversal, de caráter qualitativo. Os profissionais selecionados para a pesquisa foram: médicos (as), enfermeiros (as) e técnicos (as) de enfermagem (ou equivalente). A pesquisa apresenta um “n” amostral de 48 participantes no total, dentre os participantes há predominância dos enfermeiros, com 25 profissionais, seguido por 16 técnicos/auxiliares de enfermagem e por 7 médicos. A média da idade dos participantes é de 35 anos, com predominância do sexo feminino na pesquisa, onde 36 (75%) participantes são mulheres e apenas 12 (25%) homens. Ao todo foram relatados 13 acidentes com material biológico que ocorreram entre 8 participantes, sendo estes 5 enfermeiros, 2 médicos e 1 técnico de enfermagem. Para a avaliação do risco de exposição na APS do município os dados foram obtidos por meio da distribuição dos riscos baseado no uso de EPI ou na medida preventiva que os profissionais adotaram. Baseado nas respostas obtidas dos 48 participantes somente 4 (8,3%) foram considerados profissionais com baixo risco, os demais 44 (91,7%) foram considerados de alto risco de infecção pelo vírus SARS-CoV-2. Este estudo possibilitou identificar também a necessidade de capacitação contínua dos profissionais no que se refere a utilização correta, a conservação e o descarte dos EPI, o instrumento também possibilitou a identificação de riscos adicionais de exposição dos profissionais de saúde. Ressalta-se que também a escassez da temática na literatura, portanto faz-se necessário que haja uma continuidade de produção para evidenciar a sua importância e para que todos os profissionais envolvidos estejam preparados para desafios futuros, ainda desconhecidos.