Prevalencia y morbilidad de la infección chagasica en una población rural de la Província de Santiago del Estero, Republica Argentina

Abstract

Em uma comunidade rural de 3021 habitantes, localizada em Termas de Rio Hondo, Santiago del Estero, República Argentina, realizou-se um estudo para descrever a distribuição da Doença de Chagas e observar a associação entre alguns fatores (álcool, reinfecção e trabalho excessivo) considerados como prováveis ​​coadjuvantes no desenvolvimento da cardiopatia. A área corresponde a região considerada de elevada endêmicidade para a doença. Em 1985, ano a partir do qual a transmissão passa a ser controlada na área, se encontrou uma prevalência de Infecção por T. cruzi de 28,47% em 2200 pessoas acima de 6 meses de idade, sendo os homens em idade produtiva e os analfabetos os que apresentavam o maior risco de estarem infectados. O estudo eletrocardiográfico, realizado em 1988 em 1039 pessoas maiores de 9 anos, apontou uma prevalência global de alterações de 24% sendo esta, maior nos reativos quando comparando com os não reativos (P<0,05). As alterações compatíveis com a cardiopatia chagásica foram menos frequentes do que as observadas por outros autores em outras regiões. Mesmo assim, a Proporção Atribuível à Doença de Chagas foi maior do que quando comparada com outras alterações atribuindo-se ao T. cruzi, parte das alterações cardíacas presentes na àrea. A análise realizada por sexo demonstrou que nos homens a infecção por T. cruzi seria a principal responsável pela cardiopatia enquanto que, entre as mulheres, a causa sobresalente seria outra. Em uma subamostra de 473 pessoas, entre 15 e 54 anos, se estudou os fatores considerados favorecedores para o desenvolvimento da cardiopatia nos chagásicos. A baixa frequência de alterações compatíveis, assim como do Grau III da classificação de evolução da Doença de Chagas, nos indicaria uma provável baixa virulência da cepa de T. cruzi circulante na área. No que diz respeito aos fatores mancionados, vemos que os homens, em geral, se encontram mais expostos ao consumo de álcool e ao trabalho excessivo enquanto que as mulheres o estão, em relação a menor migração (maior probabilidade de reinfecção) e a hipertensão arterial. Nenhum destes fatores mostraram-se como de risco, dentro do rigor estatístico, para o desenvolvimento de cardiopatia, por ser chagásico e estar expostos a eles. Mesmo assim, o consumo de álcool, antecedentes de trabalho e pressão arterial mostraram estimativas de risco com valores ascendentes quando aumentava o grau de exposição. A análise multivariada em relação ao sexo mostrou que os homens apresentavam maior probalidade de estarem infectados enquanto que as mulheres, de possuir hipertensão arterial. Também observamos que a reatividade sorológica, entre outros fatores, apontou ser nos homens o maior risco para possuir cardiopatia. No entanto, entre as mulheres isto não foi observado considerando-se que, provavelmente, o trabalho excessivo associado a presença de hipertensão seria o principal responsável pela cardiopatia neste grupo.