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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/62123
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL QUIMIOTERÁPICO DO 17-DMAG UTILIZANDO DIFERENTES ABORDAGENS TERAPÊUTICAS NO CONTROLE DA INFECÇÃO POR LEISHMANIA BRAZILIENSIS
Cruz, Kercia Pinheiro | Date Issued:
2023
Alternative title
Assessment of 17-DMAG chemotherapeutic potential using different approaches in the control of Leishmania braziliensis infectionAuthor
Advisor
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Gonçalo Moniz. Salvador, BA, Brasil.
Abstract in Portuguese
INTRODUÇÃO: As leishmanioses são doenças negligenciadas causadas por parasitos do gênero Leishmania e endêmicas em 98 países. A leishmaniose cutânea, caracterizada pela presença de lesões na pele, apesar de não fatal, gera estigmatização, podendo afetar a qualidade de vida dos pacientes. Os tratamentos atuais apresentam limitações como a via de administração invasiva e a ocorrência de efeitos colaterais, evidenciando a necessidade de novos fármacos. Inibidores da Hsp90 da família da Geldanamicina, incluindo o 17-AAG e o seu análogo hidrossolúvel, 17-DMAG, vêm demonstrando ter potencial antiparasitário. Em estudos prévios, foi descrito que esses inibidores apresentam efeito anti-Leishmania in vitro. OBJETIVO: Avaliar o potencial terapêutico do 17-DMAG no controle da infecção por L. braziliensis in vitro e in vivo, usando formulações para aplicação por via sistêmica ou tópica, e desenvolver nanopartículas (NPs) para a liberação controlada deste fármaco. MATERIAL E MÉTODOS: A toxicidade do 17-DMAG sobre células de linhagem HaCaT, macrófagos derivados de medula óssea (BMMØ) e promastigotas axênicas de L. braziliensis foi avaliada in vitro, utilizando Alamar blue. Adicionalmente, a viabilidade de amastigotas intracelulares foi avaliada por contagem dos parasitos em câmara de Neubauer, em microscópio óptico, após 72 h de tratamento. Para os ensaios in vivo, camundongos BALB/c foram infectados na orelha com promastigotas metacíclicas de L. braziliensis e, após três ou cinco semanas de infecção, foram tratados por via intraperitoneal (IP) com o 17-DMAG ou com glicose, como controle, durante quatro semanas adicionais imunoinflamatória do hospedeiro e avalia A eficácia do composto administrado por via IP no controle da infecção foi avaliada iniciando o tratamento após três ou cinco semanas de infecção, com a caracterização da resposta imunoinflamatória do hospedeiro e avaliação de recidiva da carga parasitária após suspensão do tratamento. Paralelamente, hidrogel a base de carboximetilcelulose contendo diferentes concentrações do 17-DMAG foi preparado e caracterizado de acordo com sua estabilidade. A toxicidade da formulação tópica foi avaliada pelas observações clínicas e histopatológicas nas orelhas dos camundongos saudáveis, expostos por até quatro semanas com diferentes concentrações do 17-DMAG em hidrogel, comparados com os controles expostos ou não ao hidrogel sem fármaco. Em seguida, a eficácia foi avaliada em camundongos BALB/c infectados por L. braziliensis comparados com os animais controles, tratados ou não com o hidrogel branco. NPs poliméricas de poli (ácido lático-co-ácido glicólico) (PLGA) contendo ou não o 17-DMAG foram produzidas, utilizando dois protocolos de dupla emulsão (P1 ou P2), e caracterizadas de acordo com tamanho, índice de polidispersão (PdI), potencial zeta (ZP), formato, aspecto da superfície e eficiência de encapsulamento (%EE), por cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC). RESULTADOS: A concentração necessária para causar a morte de 50% das células foi respectivamente maior para HaCaT [13,68 μM (Q1: 10,03; Q3: 13,75)] e BMMØ (3,2 ± 1,06 μM) que para promastigotas (674,2 ± 0,07 nM) e amastigotas intracelulares (7,4 ± 3,27 nM) de L. braziliensis, indicando um potente efeito anti-Leishmania do 17-DMAG in vitro. O tratamento IP causou redução de 7 vezes na espessura da orelha, no tamanho do linfonodo e de 1000 vezes na carga parasitária nesses órgãos. Também foi observada redução do número de células no sítio da lesão, sugerindo uma diminuição do recrutamento de células nos animais tratados Um aumento transitório do percentual de linfócitos T regulatórios (T reg) no dia 7, comparado aos dias 4 e 28 de tratamento, foi observado, sugerindo que o fármaco exerce também um papel na resposta imunomodulatória do hospedeiro. O 17-DMAG em hidrogel foi estável, por 90 dias, a 4 °C ou à temperatura ambiente, mas não a 37 °C. O fármaco foi liberado desta formulação de forma controlada, de maneira tempo-dependente, ao longo de 24 h. Devido ao aumento do tempo de exposição, a aplicação tópica do 17-DMAG foi tolerável por camundongos saudáveis, com aumento da toxicidade quando em uso de colares elizabetanos. A exposição tópica ao 17-DMAG foi tolerável por camundongos saudáveis, com toxicidade aumentada quando em uso de colares elizabetanos, devido ao aumento do tempo de exposição. Nas doses de 0,10 ou 0,15 mg/g, comparado ao controle não tratado, o 17-DMAG em hidrogel reduziu cerca de 50% a espessura da orelha e contribui para a cicatrização das lesões. Por fim, as NPs produzidas pelo protocolo P2 apresentaram melhores características que o protocolo P1, com menores tamanhos e PdI, %EE entre 20 e 30%, formato esférico e superfície lisa. CONCLUSÃO: O 17-DMAG controla efetivamente a infecção in vitro e in vivo por L. braziliensis tanto quando aplicado por via intraperitoneal quanto por via tópica. Adicionalmente, PLGA-NPs com boas características foram produzidas para futuros testes de eficácia, in vitro e in vivo
Abstract
INTRODUCTION: Leishmaniasis are neglected diseases caused by parasites of the genus Leishmania and are endemic in 98 countries. Cutaneous leishmaniasis, characterized by the presence of skin lesions, although not fatal, generates stigmatization and may affect the quality of life of affected patients. Current treatments have limitations, such as invasive route of administration and occurrence of side effects, highlighting the need for new drugs. Hsp90 inhibitors from the Geldanamycin family, including 17-AAG and its hydro soluble analog, 17-DMAG, have been shown to present antiparasitic potential. In previous studies, it has been described that these inhibitors presented an anti-Leishmania effect in vitro. AIM: To evaluate the therapeutic potential of 17-DMAG in controlling L. braziliensis infection in vitro and in vivo, using formulations for systemically and topical administration, and to improve 17-DMAG presentations, developing nanoparticles (NPs) as a controlled release system. MATERIAL AND METHODS: The toxicity effect of 17-DMAG was evaluated against HaCaT cells, bone marrow-derived macrophages (BMMØ) and axenic promastigotes of L. braziliensis in vitro using Alamar blue reagent. The viability of intracellular amastigotes was also evaluated by determining parasite counts in Neubauer chamber using a microscope after 72 h of treatment. For the in vivo tests, BALB/c mice were infected in the ear with metacyclic promastigotes of L. braziliensis and, after three or five weeks of infection, they were treated intraperitoneally (IP) with 17-DMAG or with glucose, as a control, for additional four weeks. The effectiveness of the compound administrated via IP was evaluated in the infection control by initiating treatment at three or five weeks after infection, in the characterization of immune-inflammatory response of the host, and in the occurrence of parasite load relapse after treatment completion In parallel, a hydrogel formulation based on carboxymethylcellulose (CMC) containing different concentrations of 17-DMAG was prepared and first tested for stability. Formulation toxicity was then evaluated by clinical and histopathological observations of the ears from uninfected mice submitted for up to four weeks with different dosages of 17-DMAG-hydrogel compared to controls submitted or not to the 17-DMAG-free hydrogel. The efficacy was also evaluated in L. braziliensis-infected BALB/c mice compared to control animals that were treated or not with 17-DMAG-free hydrogel. Polymeric poly (lactic acid-co-glycolic acid) (PLGA) NPs containing 17-DMAG were produced using two double emulsion protocols (P1 or P2). These NPs were then characterized according to size, polydispersion index (PdI), zeta potential (ZP), shape, surface aspect and encapsulation efficiency (%EE) using High-performance liquid chromatography (HPLC). RESULTS: The concentration required to kill 50% of the cells was, respectively, higher for HaCaT [13,68 μM (Q1: 10,03; Q3: 13,75)] and BMMØ (3,2 ± 1,06 μM) than for promastigotes (674,2 ± 0,07 nM) and intracellular amastigotes (7,4 ± 3,27 nM) of L. braziliensis, indicating a potent anti-Leishmania effect of 17-DMAG in vitro. IP treatment caused a reduction of 7 times in ear thickness, lymph node size and 1000 times parasitic load in these organs. We also observed impairment in the cell numbers to the lesion site, suggesting that cell recruitment was impaired in treated mice. A transient increase in the percentage of regulatory T lymphocytes (T reg) at 7 days compared to 4 and 28 days after treatment was observed, suggesting that the drug play a role in the host immunomodulatory response. Hydrogel-containing 17-DMAG was stable for 90 days at 4°C or at room temperature, but not at 37°C The drug was released from this formulation in a time-dependent controlled manner over 24 hours. Due to increased exposure time, topical exposure to 17-DMAG was tolerable by healthy mice, with increased toxicity when using Elizabethan collars. At dosages of 0.10 or 0.15 mg/g, hydrogel-containing 17-DMAG, compared to untreated controls, reduced by 50% ear thickness and contributed to wound healing. Finally, the NPs produced by the P2 protocol showed better characteristics than the P1 protocol, with smaller sizes and PdI, %EE between 20 and 30%, spherical shape and smooth surface. CONCLUSION: 17-DMAG effectively controls in vitro and in vivo infection by L. braziliensis when applied intraperitoneally and topically. In addition, PLGA-NPs that presented better characteristics were produced for future efficacy tests in vitro and in vivo
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