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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/62721
ESTUDO DE ISOLADOS SEQUENCIAIS DE SPOROTHRIX SPP. OBTIDOS DE PACIENTES COM ESPOROTRICOSE DISSEMINADA DE EVOLUÇÃO CRÔNICA E SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA
Sporothrix
Virulência
Suscetibilidade antifúngica
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
Sporothrix
Virulence
Antifungal Susceptibility Test
Acquired Immunodeficiency Syndrome
Cruz, Ingrid Ludmilla Rodrigues | Date Issued:
2020
Advisor
Co-advisor
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
Esporotricose é uma micose subcutânea que afeta humanos e outros mamíferos, causada por fungos do gênero Sporothrix. Em indivíduos imunocomprometidos, principalmente com síndrome da imunodeficiência adquirida (aids), pode ser fatal. Já foi demonstrado que Sporothrix brasiliensis, principal espécie causadora de esporotricose no estado do Rio de Janeiro, é capaz de aumentar sua virulência in vivo. Entretanto, não se sabe com que frequência esse evento ocorre em pacientes com formas crônicas e refratárias de esporotricose. Também há poucos dados sobre como as concentrações inibitórias mínimas (CIM) de antifúngicos frente a isolados de S. brasiliensis em pacientes com esporotricose refratária se comportam ao longo do tratamento. Desta forma, o objetivo desse estudo foi comparar isolados sequenciais de Sporothrix spp., a fim de detectar possíveis aumentos de virulência e aquisição de resistência a antifúngicos durante o curso crônico da doença, bem como correlacionar tais achados com dados clínicos dos pacientes. Este foi um estudo descritivo, com amostra de conveniência composta de pacientes com esporotricose e aids, da coorte do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas. Os isolados foram identificados por reação em cadeia da polimerase utilizando iniciadores específicos de cada espécie. O crescimento dos isolados foi avaliado frente a fontes alternativas de carbono e comparado com o crescimento na presença de glicose. A suscetibilidade aos fármacos anfotericina B, itraconazol, posaconazol e terbinafina foi avaliada nas formas filamentosa e leveduriforme do fungo, seguindo protocolo preconizado pelo Clinical and Laboratory Standard Institute (CLSI). Pesquisaram-se possíveis fatores de virulência fúngica: termotolerância, resistência ao estresse nitrosativo e oxidativo, produção de urease, fitase, aspártico-protease, hemolisinas e lipases. Foram incluídos cinco pacientes, dos quais foram isolados e analisados 16 isolados de Sporothrix spp. Todos os pacientes apresentaram aids avançada, com complicações relacionadas à esporotricose disseminada e a outras doenças oportunistas. Todos os isolados foram identificados como S. brasiliensis e tiveram um bom crescimento em glicose e N-acetil-D-glucosamina, mas não em lactato. Quanto à suscetibilidade antifúngica, todos os isolados de dois dos pacientes estudados eram do tipo não selvagem para terbinafina, entretanto foram considerados tipo selvagem para os demais antifúngicos testados. Não houve variação significativa entre as CIM nas duas morfologias, mas estas aumentaram ao longo do curso da doença em alguns isolados de pacientes tratados com anfotericina B. A termotolerância dos isolados foi considerada de moderada a alta e, embora não significativo, isolados de sítios corporais profundos apresentaram maior termotolerância. Todos os isolados foram capazes de produzir enzimas relacionadas à virulência, exceto fitase e fosfolipase, sendo a esterase mais produzida por isolados obtidos de lesões cutâneas. Em alguns pacientes foram observadas alterações em todos os fenótipos estudados durante o curso da doença. Não houve associação estatística dos fenótipos estudados com aspectos clínicos dos pacientes. Os resultados mostram que os fenótipos de S. brasiliensis podem impactar na evolução da esporotricose crônica, mas não em todos os pacientes. O status imunológico do hospedeiro parece ter papel preponderante no desfecho clínico
Abstract
Sporotrichosis is a subcutaneous mycosis that affects humans and other mammals, caused by fungi of the genus Sporothrix. In immunocompromised individuals, especially those with acquired immunodeficiency syndrome (aids), it can be fatal. It has been demonstrated that Sporothrix brasiliensis, the main species causing sporotrichosis in the state of Rio de Janeiro, is able to increase its virulence in vivo. However, it is not known how often this event occurs in patients with chronic and refractory forms of sporotrichosis. Also, it is unknown if there is a stability in the minimum inhibitory concentrations (MIC) of antifungals against isolates of S. brasiliensis in patients with refractory sporotrichosis. Thus, the objective of this study was to compare sequential isolates of Sporothrix spp., in order to detect possible increases in virulence and acquisition of resistance to antifungals during the chronic course of the disease, as well as to correlate these findings with clinical data of patients. This was a descriptive study, with a convenience sample composed of patients with sporotrichosis and aids, from the Evandro Chagas National Institute of Infectious Diseases cohort. The isolates were identified by polymerase chain reaction using specific primers for each species. The growth of the isolates was evaluated against alternative sources of carbon and compared with the growth in the presence of glucose. The susceptibility to the drugs amphotericin B, itraconazole, posaconazole, and terbinafine was evaluated in the filamentous and yeast forms of the fungi, following the protocols recommended by the Clinical and Laboratory Standard Institute (CLSI). Possible fungal virulence factors were investigated: thermotolerance, resistance to nitrosative and oxidative stress, production of urease, phytase, aspartic protease, hemolysins, and lipases. Five patients were included, of whom 16 isolates of Sporothrix spp. were isolated and analyzed. All patients had advanced aids, with complications related to disseminated sporotrichosis and other opportunistic diseases. All isolates were identified as S. brasiliensis and presented good growth in glucose and N-acetyl-D-glucosamine, but not in lactate. As for antifungal susceptibility, all isolates from two of the patients studied were non wild type for terbinafine, however they were considered wild type for the other antifungals tested. There was no significant variation between the MICs in the two morphologies, but there was an increase over the course of the disease in some isolates from patients treated with amphotericin B. The thermotolerance of the isolates was considered moderate to high and, although not significant, isolates from deep body sites presented higher thermotolerance. All isolates were able to produce virulence-related enzymes, except for phytase and phospholipase, and esterase was more produced by isolates obtained from skin lesions. In some patients, alterations were observed in all phenotypes studied during the course of the disease. There was no statistical association between the studied phenotypes and clinical aspects of the patients. The results show that the studied fungal phenotypes can impact the evolution of chronic sporotrichosis in some patients. The immune status of the host seems to have a major role in the clinical outcome
Keywords in Portuguese
EsporotricoseSporothrix
Virulência
Suscetibilidade antifúngica
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
Keywords
SporotrichosisSporothrix
Virulence
Antifungal Susceptibility Test
Acquired Immunodeficiency Syndrome
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