Adesão ao tratamento de pessoas que vivem com HIV/aids na Atenção Primária à Saúde

Abstract

A presente pesquisa trata-se de um estudo teórico bibliográfico descritivo, qualitativo e analítico, trabalhado na lógica narrativa, visando um aprofundamento conceitual sobre a adesão ao tratamento do HIV/aids e suas repercussões na Atenção Primária à Saúde. Este estudo apresenta como objetivo geral: Analisar a adesão ao tratamento do HIV/aids na Atenção Primária à Saúde no contexto brasileiro. Os objetivos específicos do estudo são: 1) Analisar, ao longo do tempo, a organização dos serviços de saúde e do acesso ao tratamento às pessoas que vivem com HIV/aids; 2) Correlacionar as diretrizes para adesão do Ministério da Saúde com o contexto da Atenção Primária à Saúde; 3) Discutir os alcances e os limites para a adesão ao tratamento do HIV/aids no campo da Atenção Primária à Saúde. Após a realização deste estudo, concluiu-se que o processo de adesão é multifatorial, complexo e incapaz de ser analisado observando suas características de maneira distinta e sem correlação entre eles. Sobre o papel da APS na adesão, observou-se que a regionalização desta assistência e o modus operandi desta estrutura com atendimento interprofissional, centrado no indivíduo e territorializado contribuíram para a melhora no processo da adesão ao tratamento. Deste modo, o estudo indica que os movimentos sociais contribuíram significativamente para a construção e a implementação de políticas públicas, e que os avanços tecnocientíficos foram motivados pelas descobertas clínicas/laboratoriais e pelos processos sociais que ocorreram durante os avanços na epidemia. Sendo assim, este estudo propõe, para pensar e analisar a adesão ao tratamento de pacientes HIV/aids, uma divisão em três eixos: 1) o acesso à medicação (por meio de uma discussão pautada na ênfase farmacológica e assistencial); 2) a organização da atenção (com ênfase política e na gestão); 3) o controle da exposição de privacidade (ênfase no estigma e nas relações sociais). Estas conclusões dialogam com a ideia de adesão registrada nos dois documentos norteadores propostos na metodologia deste estudo: “Manual de adesão ao tratamento para pessoas vivendo com HIV e aids” (BRASIL, 2008) e “Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para o manejo da infecção pelo HIV em adultos – PCDT HIV” (BRASIL, 2018).