Please use this identifier to cite or link to this item:
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/62986
FATORES ASSOCIADOS AO ACESSO À SERVIÇOS DE SAÚDE POR TRAVESTIS E MULHERES TRANSEXUAIS VIVENDO COM HIV OU EM SITUAÇÃO DE RISCO PARA A INFECÇÃO POR HIV
Castro, Cristiane Regina Vinissius de | Date Issued:
2022
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
Introdução: As travestis e as mulheres transexuais vivenciam um contexto de marginalização social e econômica que está vinculado diretamente à elevada vulnerabilidade à infecção pelo HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis (IST) e a pior acesso a serviços de saúde. Devido a esse contexto, são consideradas uma população-chave para a epidemia de HIV. Objetivo: O presente estudo visa estimar a prevalência e fatores associados ao acesso a serviços de saúde entre travestis e mulheres transexuais, no momento de entrada na coorte Transcendendo, no Rio de Janeiro/Brasil, entre 2015 e 2021. Métodos: Estudo transversal de análise de dados secundários. Foram utilizados dados coletados na coorte transcendendo, realizada pelo Laboratório de Pesquisa Clínica em DST e AIDS (LapClin-AIDS). Inicialmente foi realizada análise descritiva exploratória, por meio da descrição de frequências absolutas e relativas. Para as análises descritiva e inferencial a amostra foi dividida em participantes que relataram status HIV positivo durante a entrevista inicial e participantes que relataram status HIV negativo ou desconhecido. O desfecho avaliado no presente estudo foi definido pela pergunta: “Você foi avaliada por algum médico, enfermeiro ou outro profissional de saúde nos últimos 6 meses? A variável desfecho foi dicotômica, avaliada através de modelo linear generalizado do tipo binomial, utilizando o algoritmo LOGIT. Foram incluídas nos modelos multivariados todas as variáveis cuja significância estatística no modelo uni variado tenha sido menor ou igual a 20% (p-valor ≤0,20). Nos modelos multivariados, as variáveis não significativas (p>0,05) foram retiradas e foram mantidas as variáveis significativas ao nível de 5% (p≤0,05) e eleitos aqueles que apresentaram menor AIC (critério de informação de Akaike). Resultados: Foram incluídas 527 travestis e mulheres transexuais. No geral, a prevalência de acesso a serviços de saúde foi de 72,6%. A maior parte (57,6%) apresentou status HIV positivo na entrada da coorte. Na análise multivariada para o grupo que referiu status de HIV negativo ou desconhecido, foram associadas ao desfecho ter 25 anos ou mais (OR2,04; IC95%1,05-3,99; p=0,036), conhecimento de PrEP (OR3,49; IC95%1,83-6,73; p=0,001) e sexo anal desprotegido, ou seja, sem preservativo, (OR0,40; IC95%0,21-0,77; p=0,006). Para o grupo que referiu status HIV positivo, as variáveis associadas ao acesso a serviço de saúde foram trabalho atual (OR2,34; IC95%1,20-4.78; p=0,015) e trabalho sexual atual (OR0,42; IC95%0,23- 0,76; p=0,004). Conclusão: O presente estudo identificou a associação do trabalho com o acesso a saúde, além de práticas de risco, como o trabalho sexual e sexo anal. Os resultados evidenciam a inter-relação de questões sociais e de saúde
Abstract
Introduction: Travestis and transsexual women are people who experience a context of social and economic marginalization that is directly linked to high vulnerability to HIV infection and other sexually transmitted infections (STI). Objective: The present study aims to estimate the prevalence and factors associated with access to health services among travestis and Trans women at the time of entry in the Transcending cohort in Rio de Janeiro/Brazil between 2015 and 2021. Methods: This is a cross-sectional study of secondary data analysis. Data collected in the Transcending cohort, conducted by the Laboratory for Clinical Research in STD and AIDS (LapClin-AIDS), were used. Initially, exploratory, descriptive analysis was performed by describing absolute and relative frequencies. For the descriptive and inferential analyses, the sample was divided into participants who reported HIV-positive status during the initial interview and participants who reported HIV-negative or unknown status. The outcome variable was dichotomous and assessed by a generalized binomial linear model using the LOGIT algorithm. All variables with statistical significance in the univariate model were less than or equal to 20% (p-value ≤0.20) were included in the multivariate models. In the multivariate models, non-significant variables (p>0.05) were removed and variables significant at the 5% level (p≤0.05) were retained, a nd those with lower AIC were elected. Results: 527 travestis and Trans women were included. Overall, the prevalence of access to health services was 72.68%. Most (57.69%) had HIV-positive status at cohort entry. In multivariate analysis for the group that reported HIV-negative or unknown status, being 25 years or older (OR2.04; 95%CI1.05-3.99; p=0.036), knowledge of PrEP (OR3.49; 95%CI1.83-6.73; p=0.001) and unprotected anal sex (OR0.40; 95%CI0.21-0.77; p=0.006) were associated with the outcome. For the group reporting HIV-positive status, the variables remaining in the final model were current work (OR2.34; 95%CI1.20-4.78; p=0.015) and current sex work (OR0.42; 95%CI0.23-0.76; p=0.004). Conclusion: The present study identified the association of work with access to health and risk practices with sex work and anal sex. The results highlight the interrelationship of social and health issues
Share