Please use this identifier to cite or link to this item:
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/62998
DISFONIA NA COVID-19: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA E VOZ
Fernandes, Camila Soares | Date Issued:
2022
Author
Advisor
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
Introdução: A COVID-19 é uma doença causada pelo coronavírus SARS-CoV-2 que teve início na China, em 2019, espalhando-se rapidamente para vários países. O vírus possui taxa de contágio elevada, tendo como características mais comuns tosse, febre, falta de ar, anosmia e disgeusia/ageusia. A tosse pode contribuir para queixa de disfonia. Além disso, a falta de ar pode se agravar, requerendo intubação orotraqueal (IOT) e traqueostomia. O uso prolongado do tubo orotraqueal (TOT) e traqueostomia também pode cursar com quadro de disfonia. Sendo assim, é muito importante a avaliação fonoaudiológica vocal em indivíduos com COVID-19. Objetivo: Avaliar a disfonia e o impacto na qualidade de vida e voz de pacientes acometidos pela COVID-19. Método: Estudo prospectivo observacional, no qual foram incluídos 26 indivíduos diagnosticados com COVID-19, idade ≥ 18 anos, de ambos os sexos. Participaram do estudo os pacientes do INI/FIOCRUZ e indivíduos que procuraram o ambulatório do INI espontaneamente, de acordo acordo com os critérios de inclusão estabelecidos. Foi realizada avaliação fonoaudiológica, a qual conteve anamnese, análise peceptivo auditiva da voz através da escala GRBASI, análise fonoaudiológica de outros parâmetros relacionados à voz (ressonância, pitch, loudness, coordenação pneumofonoarticulatória e tempo máximo de fonação), análise acústica da voz através do software Vox Metria® e autoavaliação vocal através do questionário de Qualidade de Vida em Voz (QVV). Foi realizada também avaliação otorrinolaringológica através do exame de videolaringoscopia. Foram calculadas as frequências simples das variáveis categóricas e as medidas-resumo das variavéis contínuas e realizado associações entre disfonia e as variáveis clínicas através do Statistical Package for Social Sciences (SPSS). Resultados: A amostra do estudo foi composta de 26 pacientes. Doze (52,2%) pacientes apresentaram alterações otorrinolaringológicas. Dezoito (69,2%) apresentaram queixa vocal e 26 (100%) apresentaram algum grau de disfonia. Na avaliação perceptivo auditiva vocal, 26 (100%) apresentaram soprosidade, 25 (96,2%) rugosidade, 25 (96,2%) instabilidade, 20 (76,9%) tensão e 6 (23%) astenia. Treze (50%) apresentaram ressonância laringofaríngea, 9 (34,6%) hiponasal, 3 (11,5%) hipernasal e 1 (3,8%) equilibrada. Treze (50%) apresentaram loudness reduzida, 14 pitch agudo, 10 grave e 2 agravado. O tempo máximo de fonação (TMF) estava reduzido em 24 (92,3%) pacientes. Na avaliação acústica, 9 (34,6%) apresentaram jitter alterado, 8 (30,8%) shimmer alterado e 7 (26,9%) irregularidade alterada. Ninguém apresentou alteração no GNE. O QVV estava alterado em 13 pacientes (50%) e em todos estes a queixa de disfonia estava presente. A alteração no QVV teve correlação estatística com a soprosidade (p=0,048). A queixa de disfonia teve correlação estatística com a tosse (p=0,008) e com as alterações videolaringoscópicas (p=0,009). Dos 13 (50%) pacientes que apresentaram loudness adequada, todos apresentaram qualidade vocal tensa. Dos 4 (15,4%) pacientes que utilizaram TOT, todos apresentaram queixa de disfonia e alteração no QVV. Conclusão: Durante a avaliação fonoaudiológica, foi constatado que os tipos vocais predominantes nos pacientes pós-COVID-19 foram soprosidade, rugosidade e instabilidade. O TMF estava extremamente reduzido na maioria dos pacientes. Os tipos ressonantais laringofaríngeo e hiponasal foram predominantes. A COVID-19 pode gerar distúrbios vocais, acarretando prejuízos nos âmbitos físico, psíquico, social e econômico, impactando negativamente na qualidade de vida
Abstract
Introduction: COVID-19 is a disease caused by the SARS-CoV-2 coronavirus, which started in China in 2019 and quickly spread to several countries. The virus has a high contagion rate, with the most common characteristics being cough, fever, shortness of breath, anosmia and dysgeusia/ageusia. Cough may contribute to the complaint of dysphonia. In addition, the con dition may worsen, requiring orotracheal intubation and tracheostomy. Prolonged use of the orotracheal tube and tracheostomy can also be associated with dysphonia. Therefore, vocal speech-language evaluation in individuals with COVID-19 is very important. Objective: To evaluate dysphonia and its impact on the quality of life and voice of patients affected by COVID-19. Method: Prospective observational study, in which 26 individuals with COVID 19, aged ≥ 18 years, of both genders, were included. The study included INI/FIOCRUZ and on demand patients who sought the INI outpatient clinic, according to the included inclusion cri teria. A speech-language evaluation was carried out, which included anamnesis, auditory-audi tory analysis of the voice using the GRBASI, speech-language analysis of other voice-related parameters (resonance, pitch, loudness, pneumophonoarticulatory coordination and maximum phonation time), acoustic analysis of the voice using the Vox Metria® software and vocal self assessment using the Voice Quality of Life experiment (QVV). An otorhinolaryngological eval uation was also carried out through videolaryngoscopy. They were simple frequencies of cate gorical variables and summary measures of continuous variables and associations made be tween dysphonia and clinical variables through the Statistical Package for the Social Sciences (SPSS). Results: The study sample consisted of 26 patients. Twelve (52.2%) patients had oto rhinolaryngological alterations. Eighteen (69.2%) had vocal complaints and 26 (100%) had some degree of dysphonia. In the vocal auditory perceptual evaluation, 26 (100%) presented breathiness, 25 (96.2%) roughness, 25 (96.2%) instability, 20 (76.9%) tension and 6 (23%) asthenia. Thirteen (50%) had laryngopharyngeal resonance, 9 (34.6%) hyponasal, 3 (11.5%) hypernasal and 1 (3.8%) balanced. Thirteen (50%) had reduced loudness, 14 had high pitch, 10 had low pitch and 2 had worse pitch. The maximum phonation time was reduced in 24 (92.3%) patients. In the acoustic evaluation, 9 (34.6%) presented altered jitter, 8 (30.8%) altered shim mer and 7 (26.9%) altered irregularity. No one showed alteration in the GNE. The QVV was altered in 13 patients (50%) and in all of these the complaint of dysphonia was present. Changes in QVV had a statistical correlation with breathiness (p=0.048). The complaint of dysphonia had a statistical correlation with cough (p=0.008) and videolaryngoscopic alterations (p=0.009). Of the 13 (50%) patients who presented adequate loudness, all presented tense vocal quality. Of the 4 (15.4%) patients who used orotracheal tube, all complained of dysphonia and changes in QVV. Conclusion: COVID-19 is a pandemic viral disease with a high power of control and difficult to identify because it resembles other flu syndromes and can manifest itself through mild conditions up to death. COVID-19 can generate vocal disorders, causing damage in the physical, psychological, social and economic spheres, impacting the quality of life. During a speech-language evaluation, it was found that the predominant vocal types in post-COVID-19 patients were breathiness, roughness and instability. The maximum phonation time was reduced in most patients. The laryngopharyngeal and hyponasal resonant types were predominant
Share