Subnotificação dos casos de HIV e aids em Pernambuco, no período de 2012 a 2021

Abstract

Por serem problemas de saúde pública, a infecção pelo HIV e a aids têm a vigilância epidemiológica como responsável pelo acompanhamento, observação e análise da situação epidemiológica dos seus casos, sendo a notificação uma forma de identificá-los no tempo e espaço. A vigilância do HIV e da aids utiliza as informações da infecção pelo HIV, do adoecimento (aids) e óbito, que são obtidas por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Sistema de Controle de Exames Laboratoriais (Siscel) e do Sistema de Controle Logístico de Medicamentos (Siclom). Desde 2012 a taxa de detecção de aids vem diminuindo, no Brasil e no estado de Pernambuco. No entanto, essa tendência pode não ser real, ou seja, pode estar associada à subnotificação. Dados do Ministério da Saúde sugerem que, em Pernambuco, no ano de 2020, menos de 50% dos casos de aids foram oriundos do Sinan. Neste estudo, foram identificados por meio do linkage com os bancos de dados 33.896 casos subnotificados de HIV/aids em Pernambuco, no período de 2012 a 2021(aumento de 112,4%, passando de 30.128 para 64.034 casos de HIV/aids notificados nesses 10 anos). Quanto a subnotificação, segundo o município que possui serviço de referência para HIV/aids, 60% das subnotificações está em Recife. O resgate dos casos obtido por meio desta pesquisa enfatiza a importância da associação dos sistemas de informação existentes, sendo de extrema importância não só para a vigilância epidemiológica dos agravos estudados, mas para o aprimoramento do planejamento e gestão das ações de prevenção e controle do HIV/aids.