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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/63457
EU NÃO TÔ SUJA, ESSA É A MINHA COR’: POPULAÇÃO NEGRA EM SITUAÇÃO DE RUA E O RACISMO INSTITUCIONAL NA ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE”
Pessoas Mal Alojadas/estatística & dados numéricos
Saúde/etnologia
Barreiras ao Acesso aos Cuidados de Saúde
Corrêa, Wakyla Cristina Amaro | Date Issued:
2023
Advisor
Co-advisor
Comittee Member
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto René Rachou. Belo Horizonte, MG, Brazil
Abstract in Portuguese
A pesquisa tem como objetivo compreender a percepção da população negra em situação de rua atendida pelo Consultório na Rua de Belo Horizonte, sobre o racismo sofrido na Atenção Básica à Saúde, bem como analisar se essa população relaciona o racismo a dificuldades no acesso à atenção básica. Nesta pesquisa, verificou-se que o racismo se constitui como uma determinação social em saúde e, também, como uma barreira de acesso, dificultando a população negra em situação de rua em acessar os equipamentos de saúde. Tendo como materialização do racismo, o não atendimento humanizado, o não compromisso com o cuidado do usuário e, muitas vezes, a marginalização desses sujeitos. Os dados foram coletados a partir de entrevistas semiestruturadas, sendo orientada por um roteiro com tópicos e perguntas. As 14 entrevistas foram realizadas com pessoas negras e em situação de rua que vivem nos territórios da Regional Oeste e da Regional Barreiro de BH. Para realizar a análise de dados, utilizei a técnica de análise de conteúdo, sendo os dados discutidos em articulação com a literatura levantada. Para auxiliar na discussão, foi realizada uma revisão integrativa, onde buscou-se identificar como se dá o acesso à Atenção Básica à Saúde da população em situação de rua após a aprovação da Política Nacional para População em Situação de Rua. A partir dessa revisão foi possível discutir o acesso em três pontos de análise, o CnaR, a articulação em rede e as barreiras. A partir da análise das entrevistas, os resultados se constituíram em quatro pontos, o primeiro da caracterização da população entrevistada, como eles percebiam e identificavam o racismo, qual a percepção deles sobre acesso a saúde, as barreiras de acesso e por fim, se eles identificavam que o racismo influencia nessa dificuldade de acesso. Ao final, foi possível discutir como o racismo institucional perpassa essa percepção da população em relação ao acesso aos serviços de saúde, correlacionando com as barreiras de acesso e com as categorias de discussão da revisão integrativa.
Abstract
The aim of this study was to understand the perception of the black homeless population served by the Street Clinic in Belo Horizonte about the racism they suffer in primary health care, as well as to analyze whether this population relates racism to difficulties in accessing primary health care. This study found that racism is a social determinant of health and also a barrier to access, making it difficult for the black homeless population to access health facilities. The materialization of racism is the lack of humanized care, the lack of commitment to user care and, often, the marginalization of these individuals. The data was collected through semi- structured interviews, guided by a script with topics and questions. The 14 interviews were carried out with black homeless people living in the West Regional and Barreiro Regional areas of BH. To analyze the data, I used the content analysis technique, and the data was discussed in conjunction with the literature surveyed. To help with the discussion, an integrative review was carried out, which sought to identify how access to Primary Health Care for the homeless population occurs after the approval of the National Policy for the Homeless Population. Based on this review, it was possible to discuss access in three points of analysis: the CnaR, network articulation and barriers. From the analysis of the interviews, the results consisted of four points, the first characterizing the population interviewed, how they perceived and identified racism, what their perception of access to health was, the barriers to access and finally, whether they identified racism as influencing this difficulty of access. In the end, it was possible to discuss how institutional racism permeates the population's perception of access to health services, correlating it with barriers to access and with the categories discussed in the integrative review.
DeCS
Racismo/prevenção&controlePessoas Mal Alojadas/estatística & dados numéricos
Saúde/etnologia
Barreiras ao Acesso aos Cuidados de Saúde
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