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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/63480
VALIDAÇÃO INDEPENDENTE DE ONZE ESCORES PROGNÓSTICOS DA PROGRESSÃO DA COVID-19 PARA O ESTADO CRÍTICO EM PACIENTES HOSPITALIZADOS
Melo, Vinícius Lins Costa | Date Issued:
2022
Author
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
A COVID-19 é uma doença viral causada pelo Sars-CoV-2 e estabeleceu importante pressão sobre os serviços de saúde, principalmente os hospitais, responsáveis pela assistência aos casos mais graves e críticos da doença. Os escores de previsão são ferramentas capazes de auxiliar na estratificação do risco de progressão de doenças e podem servir de auxílio na tomada de decisões, no alocamento de pacientes e no uso racional de recursos. Os instrumentos de previsão para COVID-19, ainda são pouco estudados e validados para a população brasileira. Objetivo: Validar 11 escores de previsão de progressão de COVID-19 para estado crítico em pacientes hospitalizados. Metodologia: Estudo observacional com seguimento retrospectivo. Foram incluídos, sequencialmente, participantes confirmados para COVID-19, de dois Hospitais de Niterói-RJ, Santa Martha e Niterói D’Or, entre Janeiro-21 e Abril-21 e entre Setembro-21 a Fevereiro-22, respectivamente. Foram incluídos pacientes adultos, com RT-PCR ou teste rápido de antígeno para COVID-19 positivos, pacientes com história de exposição, quadro clínico e imagem radiológica compatível com COVID-19, pacientes internados e alocados em setores não críticos dos hospitais estudados. Como critérios de exclusão, pacientes positivos para COVID-19 e admitidos já em condições críticas, ou que não possuíam registro de avaliação clínica nas primeiras 48 horas de internação hospitalar, ou que receberam alta ou faleceram antes de completarem 24h de internação. Foram apurados preditores demográficos, epidemiológicos, clínicos, laboratoriais e de imagem, das primeiras 48 horas da internação hospitalar que permitissem aplicar os 11 instrumentos de previsão. Para fins de validação, os desfechos foram sempre os mesmos originalmente definidos pelos autores para cada instrumento Os mais prevalentes foram morte e transferência para UTI. Em geral, os desfechos representam a progressão da doença para o estado crítico. Para fins descritivos da amostra, foi considerado como desfecho morte ou transferência para UTI. Foram aplicados os instrumentos, estimadas as probabilidades de desfecho e obtidas as probabilidade para cada paciente estudado. Dessa forma, foi possível estimar medidas de desempenho (discriminação e calibração). Resultados: Dos 301 sujeitos incluídos, observamos uma prevalência total dos desfechos de 41,8% dos pacientes. Houve maior risco de ocorrência dos desfechos em pacientes com idade mais avançada e do sexo masculino. O risco de desfecho aparentou possuir efeito linear crescente em relação ao número de comorbidades, chegando a 67% com 3 ou mais destas. Dado que há presença de infecção bacteriana concomitante, o risco de desfecho foi de 62%. A presença de consolidação ao exame de imagem ou uma maior extensão de acometimento pulmonar, conferiram um maior risco de ocorrência dos desfechos. De todos os escores validados, somente o College of London COVID-19 severity score e o 4C Mortality Score, revelaram um bom desempenho, com ROC AUC de 0,647 e 0,798, respectivamente. Por fim, foi desenvolvida e disponibilizada uma calculadora para aplicação do 4C Score validado para a população brasileira (https://pedrobrasil.shinyapps.io/INDWELL/). Conclusão: O 4C Mortality Score revelou-se um instrumento com potencial capacidade de estimar o prognóstico de progressão da COVID-19 para quadros críticos e morte. Seu uso poderia incrementar a prática médica de modo a permitir possíveis mudanças na tomada de decisão,na conduta terapêutica precoce e nos cuidados em geral
Abstract
COVID-19 is a viral disease caused by Sars-CoV-2 and has established significant pressure on health services, especially hospitals, responsible for assisting the most severe and critical cases of the disease. Prediction scores are tools capable of assisting in stratification of disease progression risk and can serve as an aid in decision making, patient allocation and rational use of resources. The forecast instruments for COVID-19 are still poorly studied and validated for the Brazilian population. Objective: To validate 11 covid-19 progression prediction scores for critical status in hospitalized patients. Methodology: Observational study with retrospective follow-up. Participants confirmed for COVID-19, from two hospitals in Niterói-RJ, Santa Martha and Niterói D'Or, between January-21 and April-21 and between September-21 and February-22, respectively, were included. We included adult patients with RT-PCR or rapid antigen test for COVID-19 positive, patients with history of exposure, clinical picture and radiological imaging compatible with COVID-19, patients hospitalized and allocated in non-critical sectors of the hospitals studied. As exclusion criteria, patients positive for COVID-19 and admitted already in critical conditions, or who had no record of clinical evaluation in the first 48 hours of hospitalization, or who were discharged or died before completing 24 hours of hospitalization. Demographic, epidemiological, clinical, laboratory and imaging predictors were determined from the first 48 hours of hospitalization that would allow the application of the 11 forecasting instruments For validation purposes, the outcomes were always the same as originally defined by the authors for each instrument. The most prevalent were death and transfer to ICU. In general, the outcomes represent the progression of the disease to the critical state. For descriptive purposes of the sample, death or transfer to ICU was considered as an outcome. The instruments were applied, the probabilities of outcome were estimated and the probabilities were obtained for each patient studied. Thus, it was possible to estimate performance measures (discrimination and calibration). Results: Of the 301 subjects included, we observed a total prevalence of outcomes of 41.8% of patients. There was a higher risk of occurrence of outcomes in older and male patients. The risk of outcome appeared to have an increasing linear effect in relation to the number of comorbidities, reaching 67% with 3 or more of these. Given that there is concomitant bacterial infection, the risk of outcome was 62%. The presence of consolidation on imaging or a greater extent of pulmonary involvement, conferred a higher risk of occurrence of outcomes. Of all the validated scores, only the College of London COVID-19 severity score and the 4C Mortality Score showed a good performance, with AUC ROC of 0.647 and 0.798, respectively. Finally, a validated 4C Score calculator was developed and made available for the Brazilian population (https://pedrobrasil.shinyapps.io/INDWELL/). Conclusion: The 4C Mortality Score proved to be an instrument with potential ability to estimate the prognosis of covid-19 progression for critical conditions and death. Its use could increase medical practice in order to allow possible changes in decision-making, early therapeutic conduct and care in general
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